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EXCLUSIVO: “O agressor de mulheres, ele só muda para pior”, diz cantora vítima de lutador de MMA

Cantora Jhenifer Borher, que denunciou violência e abuso psicológico nas redes, falou à Onda Digital junto com delegada Débora Mafra.

A cantora Jhenifer Borher, de 31 anos, esteve nesta segunda (27/5) no estúdio da Onda Digital para uma entrevista exclusiva no programa Dia a Dia. Junto com a delegada Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher, elas conversaram sobre o caso de violência e relacionamento abusivo sofrido por Jhenifer que virou notícia nas últimas semanas.

No começo do mês, a cantora expôs nas redes sociais a agressão que sofreu do então companheiro, o servidor público e lutador de MMA Thiago de Melo. Ela também registrou boletim de ocorrência contra ele, que se entregou à polícia no último dia 20 após passar um período como foragido da justiça.

Jhenifer falou que conheceu Thiago na igreja. Ela falou:

“Por mais que a vida tenha feito isso comigo, vou continuar acreditando na mudança das pessoas. Mas o agressor, ele só muda para pior.

Começou com um ciúmezinho besta, com pequenos comentários. Ele tinha muito ciúme porque sou cantora, com uma vida pública e ativa nas redes sociais. Então, eu recebia elogios, admiração, e ele me mandava prints, dizendo que se sentia mal vendo aquelas coisas. Começou a tirar print de quem me seguia, e de quem eu seguia de volta”.


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Ela continuou:

“Então começaram as agressões verbais. Palavrões terríveis. No final do ano passado, ele deu um murro no meu carro. Naquela ocasião, terminei com ele. Fiquei um mês afastada dele, sofrendo com crise nervosa. Meu pai chegou a conversar com ele, ele se dizia arrependido. Ele usava pessoas próximas a mim para dizer que estava arrependido, que eu devia dar uma chance. Então voltamos, ele me fez uma festa de aniversário. Mas não demorou muito, ele voltou a me agredir.

Agora foi fisicamente, e me ameaçou de morte. Disse que ia dar um tiro na minha cara. Foi quando fiz a minha primeira denúncia. Ainda demorei dois dias, por estar com medo. E fizemos a primeira medida protetiva, inclusive foi a doutora Débora que me atendeu”.

Jhenifer prosseguiu:

“Depois de um período dele na igreja, voltamos de novo. É o ciclo da violência. Vivemos o ápice da alegria, e aí  começaram de novo as agressões. Eles vão no nosso ponto fraco, e isso tem que ser ressaltado para as outras mulheres que dão segundas chances: eles vão usar isso contra a gente. Ele dizia ‘Você vai denunciar? Vai sair como a louca que deu outra chance’. E essa vergonha me afetava, por isso demorei pra denunciar de novo. Mas quando vi dessa última vez que ele ia me matar, deixei a vergonha. Denunciem, mulheres, suas vidas são mais importantes”.

A delegada Débora Mafra falou sobre como ocorre o ciclo da violência no relacionamento abusivo:

“A mulher vítima tem vontade de denunciar, mas ao mesmo tempo tem vínculos e medos, e ela se auto culpa. Por isso ela perdoa, aceita, e os agressores usam sim isso posteriormente. A parte física da Jhenifer está curada, mas o emocional está muito abatido.

Ela prosseguiu:

“Uma das características do agressor é a sua lábia. Ele é maravilhoso no início, gosta das características de cada mulher. Vem suprir as nossas expectativas. E logo ele começa a querer isolar a mulher da sua família e seus amigos, de um jeito sutil que ela interpreta como cuidado.

A mulher começa a ter várias desculpas para não denunciá-lo e não vê-lo como agressor. E ele fica o tempo todo manipulando a mente da sua vítima, mostrando que se ela fizer o que ele quer, o relacionamento dos dois será maravilhoso e duradouro. Então ele xinga, quebra as coisas dela, a força sexualmente, e isso pra eles não é violência, só a física que vale. E quando ele a comete, culpa a vítima, porque foi ela que o fez perder a cabeça”.

A cantora Jhenifer Bohrer com a apresentadora Ananda Chamma e a delegada Débora Mafra (Foto: Onda Digital).

Casos de violência contra a mulher podem ser denunciados no 180, e também nas três delegacias de apoio à mulher em Manaus. A rede de atendimento à mulher em situação de violência, disponibilizada pela Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania) pode ser consultada aqui.

A entrevista completa pode ser vista aqui.

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Ivanildo Pereira
Ivanildo Pereira
Repórter de política na Rede Onda Digital Jornalista formado pela Faculdade Martha Falcão Wyden. Política, economia e artes são seus maiores interesses.

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