Estudo aponta que surto de Oropouche na Amazônica Ocidental foi causado pelo inseto maruim

Foto: Divulgação
Um estudo conduzido pela pesquisadora Tatiana Almeida, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), foi publicado na revista científica Nature Medicine, uma das mais importantes publicações da área. A pesquisa identificou que o surto de Oropouche na Amazônia Ocidental, entre 2022 e 2024, foi impulsionado por uma nova linhagem do vírus, formada por rearranjo de segmentos do vírus que já circulavam na região e em países vizinhos. Na época, mais de 6 mil casos foram confirmados.
O vírus Oropouche é o responsável por causar a febre de mesmo nome, sendo a transmissão feita pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora.
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Dispersão do inseto
O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto de doutorado “Caracterização genética e dinâmica de dispersão dos vírus Oropouche circulantes na Amazônia Ocidental brasileira”, o qual teve como objetivo distinguir, geneticamente, o vírus e entender a dinâmica de dispersão que impulsionou os surtos nos estados da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima).
Segundo Tatiana Almeida, foram sequenciados 382 genomas de pacientes dos estados mencionados e comparados com as mostras coletadas nas Américas desde 1955.
“A pesquisa reconstruiu a origem provável dessa linhagem no Amazonas, entre 2010 e 2014, e mapeou as principais rotas de dispersão entre estados e municípios”, informou.
As análises indicam, explicou a pesquisadora, que a maior parte da propagação ocorre em distâncias muito curtas, cerca de dois quilômetros, que são compatíveis com o voo dos insetos vetores. Todavia, segundo ela, um terço das introduções envolve deslocamentos mais longos (de dez quilômetros), associados à mobilidade humana. “O trabalho fornece o primeiro retrato genômico detalhado dessa epidemia”, frisa.






