Manaus- Era manhã de domingo, em 28 de outubro de 2007, quando Shara Ruana Reis, de apenas 7 anos, saiu para comprar pão e nunca mais voltou. A menina, segundo a família, estava acostumada com o trajeto até a padaria. Ela vestia uma bermuda laranja, uma blusa azul e usava chinelos de dedo quando sumiu no bairro Betânia, nas proximidades do Morro da Liberdade, zona Sul de Manaus.
Na época do desaparecimento de Shara, uma tia da criança contou à imprensa que viu a menina caminhando na direção oposta à padaria. Outros familiares afirmaram acreditar que a criança havia sido raptada. O pai da jovem, Pedro Lourenço Reis, em reportagens veiculadas na época, chegou a apontar um casal de vizinhos como suspeito, mas a equipe de investigação descartou a possibilidade.
“Desde que a minha filha desapareceu já recebemos mais de 300 trotes que nos levaram a sair à procura dela. Até ao Pará eu já fui. Eu tenho esperança de que vou encontrá-la mais cedo ou mais tarde”, disse o pai.
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De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados recentemente, mostram que, em média, a cada dia, 183 pessoas desaparecem no Brasil. O número engloba os desaparecidos de forma voluntária, involuntária como o caso da Shara Ruana.
A taxa de adolescentes desaparecidos, segundo o estudo, é quase três vezes superior à média nacional, o que chama atenção do presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Cássio Thyone, para os casos de violência e abusos que podem estar por trás desse número.
O levantamento destaca também que, entre 2019 e 2021, o país teve mais de 200 mil desaparecidos. Destes, 112 mil foram encontrados neste período. Cássio Thyone destaca a falta de um banco de dados nacional para gerir esses números que podem estar subnotificados.
O Mapa dos Desaparecidos no Brasil foi realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base nos registros policiais de todo o país. Desde 2017, a entidade realiza esse monitoramento.