O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio para as Pessoas Privadas de Liberdade (Enem/PPL) acontece nesta quarta-feira (11), tanto na capital, como no interior. Ao todo, 793 detentos estão inscritos no vestibular, que teve início na terça-feira (10).

As provas estão sendo aplicadas com apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e possuem grau de dificuldade equivalente ao do Enem regular.

Neste ano, conforme dados da Escola de Administração Penitenciária (Esap), a Seap alcançou a marca histórica de setecentos e noventa e três internos inscritos. O exame é uma oportunidade de reescrever sua história em um caminho oposto ao da criminalidade, o da educação.

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Com nota acima de 600 pontos no Enem, as Pessoas Privadas de Liberdade podem se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para tentar uma vaga nas universidades federais.

A prova também permite a disputa de bolsas no Programa Universidade para Todos (Prouni). A liberação das PPLs para estudar, contudo, depende de aprovação mediante critérios avaliados pelo Judiciário.

Oportunidade

A Lei Penal brasileira garante a qualquer detento, seja ele sentenciado ou preso provisório, o direito a fazer o Exame Nacional do ensino médio ou qualquer outro processo seletivo que garanta o acesso ao ensino superior, não importa o regime de cumprimento da sentença, seja aberto, semiaberto ou fechado.

“O exame do Enem é um evento importante para mensurarmos os trabalhos educacionais proporcionados às PPLs do Amazonas, onde podemos ter o diagnóstico das ações no campo de ensino de qualidade que a Seap promove aos seus custodiados. O número recorde de inscritos mostra que os reeducandos veem a educação como o melhor caminho para mudança de vida.” Pontuou o Secretário da Seap, Coronel Paulo Cesar.

“Sendo uma ferramenta de acesso ao ensino superior, o Enem oferece aos internos a oportunidade de uma vaga em Universidade pública e uma bolsa em faculdade privada. Assim, o processo de ressocialização se torna mais eficaz, visto que é por meio da educação que as práticas de reintegração são melhor executadas.” Relatou o Tenente Tales, diretor da Esap.