Dez acusados envolvidos na morte de Djidja Cardoso e na criação da seita religiosa “Pai, Mãe, Vida”, que induzia o uso da Ketamina, droga de uso veterinário alucinógena, devem passar por audiência de instrução nesta quarta-feira (4/09).
Entre os denunciados pelo Ministério Público estão, a mãe e o irmão de Djidja, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso Neto; o dono da clínica veterinária que fornecia Ketamina, José Máximo Silva de Oliveira e o sócio dele, Sávio Soares Pereira; e o coach que atuava como preparador físico da família, Hatus Moraes.
A audiência marca o início da instrução do processo, onde os denunciados estão sendo acusados de vários crimes.
Conforme informações do promotor do caso, André Virgilio Belota Seffair, outros crimes como tortura e aborto que estão relacionados ao caso serão investigados em um processo separado.
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Contato da família com a Ketamina
Conforme o delegado titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio, Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja, teve contato com a ketamina durante uma viagem a Londres. Ao retornar para Manaus, ele conheceu um casal que lhe apresentou o medicamento na forma em pó.
Cleusimar, mãe de Djidja e Ademar, além de usar a droga, começou a fazer uso de um livro chamado “Cartas de Cristo” e a realizar uma espécie de culto, onde faziam uma interpretação equivocada do livro. A partir de então, eles passaram a cooptar outras pessoas, principalmente funcionários do salão de beleza de Cleusimar.
Investigações
Tanto Djidja Cardoso, como o irmão dela, Ademar Cardoso, começaram a ser investigados pela Polícia Civil em abril deste ano, após as investigações apontarem que existia uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida”, que forçava o uso de cetamina para alcançar uma falsa plenitude espiritual durante rituais.
A ex-sinhazinha do boi Garantido Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria casa, onde morava com a mãe e o irmão, no dia 28 de maio. Logo após a morte, vieram à tona vários vídeos dela de Cleusimar e Ademar fazendo o uso de Ketamina.
No desenrolar da operação, mais pessoas foram presas, apontados como membros da seita religiosa, fornecedores de Ketamina e por outros crimes.