Em apenas um mês, o preço da gasolina no Amazonas subiu 11%, mais do que cinco vezes a média nacional. O dado é referente a janeiro de 2023, após a privatização da refinaria de Manaus.
A operação da refinaria foi assumida em dezembro de 2022 pelo grupo Atem, 15 meses após assinatura do contrato de compra do ativo da Petrobras. Desde então, o preço da gasolina nos postos da capital subiu 20%, enquanto o preço médio nacional subiu 0,8%.
A Atem diz que “segue os parâmetros de preços internacionais, envolvendo custos como o de câmbio e frete, entre outros, para a chegada do produto na região Norte com todas as especificidades logísticas da região”. Desde que assumiu a operação da refinaria, a Atem promoveu cinco cortes e sete aumentos da gasolina. No mesmo período, a Petrobras anunciou apenas uma modificação: aumento de 7,4% em 25 de janeiro.
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De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), a gasolina no Amazonas era vendida pelo preço médio de R$ 5,58 ao litro há duas semanas. Esse valor é quase R$ 1 a mais do que o observado na primeira semana de dezembro. A média nacional era de R$ 5,07 por litro antes do Carnaval.
Além da subida no preço da gasolina, o preço do gás de cozinha também experimentou uma disparada desde que a Atem assumiu as operações da refinaria. Entre o início de dezembro e a primeira semana de fevereiro, o preço do botijão de gás subiu quase R$ 10: passou de R$ 112,95 para R$ 123,15, alta de 9%. No mesmo período, o preço médio nacional caiu quase R$ 2, para R$ 108,02.
A empresa alega que a refinaria produz apenas 10% do necessário para atender à demanda de Manaus e que precisa arcar com o transporte do restante da base da Petrobras em Coari, a 370 quilômetros de Manaus.