A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianer negou, nesta tercá-feira (6), um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fosse obrigado a apagar publicações, nas redes sociais, que mostram o petista dizendo que empresários do agronegócio são fascistas.
Em entrevista ao Jornal Nacional no fim de agosto, Lula afirmou que setores do agro se opõem à sua candidatura por causa do posicionamento do PT contra o desmatamento: “O agronegócio sabe que é fascista e direitista… Os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, estes não querem desmatar, estes querem preservar os rios, as nossas águas e as nossas faunas”.
Leia mais:
A defesa de Lula alegou que o candidato à Presidência da República pelo PT não chamou todos os empresários do agronegócio de fascistas. “O que se constata é que o ex-presidente Lula teria se referido apenas a uma parcela dos empresários do agronegócio, notadamente aquela descompromissada com a preservação do meio ambiente”, disseram os advogados Cristiano Zanin, Angelo Ferraro e Eugênio Aragão.
Em resposta, a magistrada do TSE reconheceu que a desinformação e a desconstrução de figuras políticas a partir de fatos sabidamente inverídicos ou substancialmente manipulados devem ser rapidamente reprimidas pela Justiça Eleitoral, mas ressalvou que não viu, nas publicações do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), grave descontextualização que tenha alterado substancialmente a fala de Lula.
“Na verdade, tenho para mim que as falas do candidato, porque ambíguas e genéricas, comportaram inúmeras interpretações, a ponto de ensejarem uma correção ao vivo, pela própria apresentadora, e, após isso, uma nova explicação, agora feita pelo candidato”, disse Bucchianeri ao negar o pedido do PT.
Via UOL