Ericsson de L. Reis, de 25 anos, conhecido como “Chico”, foi condenado a 34 anos de reclusão em regime inicial fechado, nesta terça-feira (26/11), por duplo homicídio qualificado de adolescentes em 2020. O julgamento aconteceu no Fórum Ministro Henoch Reis, no bairro São Francisco, zona Sul de Manaus.
A sessão do júri popular foi presidida pelo juiz Rivaldo Matos Norões Filho, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O réu, denunciado pela Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), com esteio no artigo 129, inciso I, da Constituição Federal (CF) e artigo 41 do Código Processo Penal (CPP), não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Conforme o inquérito policial, no dia 06 de fevereiro de 2020, por volta das 3h, Sigrid L. Santana, e Thayssa Kerolainy da S. Azevedo, ambas de 14 anos, foram torturadas, agredidas fisicamente e assassinadas a tiros, nas proximidades da Escola Municipal Nazira Chamma Daou, no beco Otílio Farias, na rua Nova, bairro Educandos, zona Sul da capital.
No dia dos fatos, Sigrid e Thayssa Kerolainy estavam em via pública, próximo à ‘boca de fumo’ do réu, digitando em seus celulares. Em determinado momento, Klyon F. da Silva, vulgo “Clay”, falecido em 5 de maio de 2021, abordou as adolescentes ao desconfiar suas atitudes suspeitas e se apropriou dos celulares. Ao verificar os aparelhos, ele descobriu diversas mensagens e vídeos atribuídos para facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Em seguida, “Clay” e seus comparsas, identificados apenas como “Clóvis” e “Igor”, respectivamente, irmão e primo, levaram as adolescentes para uma casa abandonada, onde foram interrogadas durante o “tribunal do crime” por Ericsson, então, membro da extinta facção criminosa Família do Norte (FDN). As vítimas foram encontradas boiando no igarapé, no bairro Educandos.
O corpo de Sigrid foi localizado no início da tarde, por volta das 12h, próximo de algumas embarcações, com auxílio da cadela “Fiona”, da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIP Cães). Durante o trabalho, uma equipe da perícia criminal constatou, ao menos, dez tiros: sendo membros superiores, inferiores, parte frontal da cabeça e tórax.
Seis horas depois, por volta das 20h, o corpo de Thayssa Kerolainy foi encontrado por populares, no mesmo local, boiando também com marcas de disparos por arma de fogo. A vítima morava no bairro Colônia Oliveira Machado, na mesma zona, e teria ido ao local para se encontrar com a sua amiga, Sigrid.
Os assassinatos das adolescentes foram filmados pelos autores, e confirmado, no dia 7 de fevereiro daquele ano, por um dos depoentes à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
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De acordo com apuração da Rede Onda Digital, outros dois homens citados no inquérito policial, “Clóvis” e “Igor”, participantes diretos no duplo homicídio, nunca foram encontrados. Com a morte de “Clay”, o juiz declarou a extinção da punibilidade no processo.