O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve marcar presença na posse de Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, em Washington D.C, segundo O Globo.
Fontes do governo norte-americano confirmaram que essa decisão segue uma prática histórica: os Estados Unidos tradicionalmente não recebem chefes de Estado estrangeiros em cerimônias de posse presidencial, limitando a representação diplomática a embaixadores locais.
De acordo com uma fonte do governo brasileiro, o protocolo americano é uma “justificativa ideal” para evitar um encontro entre Lula e Trump, evitando eventuais constrangimentos, já que o petista apoiou abertamente a democrata Kamala Harris nas eleições contra Trump.
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Em entrevista ao canal francês TF1, Lula chegou a comparar a vitória de Trump a uma ameaça ao modelo democrático, afirmando que o fascismo e o nazismo ressurgem “com outra cara”. Ele defendeu a vitória de Kamala como uma maneira de preservar e fortalecer a democracia.
Após as eleições americanas, Lula parabenizou Trump em um gesto diplomático, desejando sorte e sucesso em sua gestão e ressaltando a importância do diálogo internacional. Em tom conciliador, o presidente brasileiro pontuou que o “mundo precisa de paz, desenvolvimento e prosperidade”.
Bolsonaro pode ser convidado
Em contraste, o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado próximo de Trump, afirmou em entrevista que foi informado sobre um possível convite para a posse. Contudo, Bolsonaro depende de uma decisão judicial para conseguir permissão para viajar, uma vez que teve seu passaporte apreendido em fevereiro, como parte das investigações que envolvem supostos atos antidemocráticos.
Ele declarou que fará uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para reaver seu passaporte, ressaltando que sua presença dependerá da decisão judicial.
Além disso, apoiadores de Bolsonaro no Congresso já se organizam para uma eventual caravana a Washington, demonstrando solidariedade ao republicano. Esse grupo realizou uma ação semelhante em dezembro de 2023, quando uma comitiva foi à Argentina para prestigiar a posse de Javier Milei, outro líder de direita na América Latina.