Pela primeira vez, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou que existe relação direta entre o suposto plano de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A informação foi revelada inicialmente pelo portal UOL e confirmada pela CNN com fontes da Polícia Federal (PF), do Supremo Tribunal Federal (STF) e da própria PGR.
Encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, a manifestação assinada por Gonet reforça um entendimento que já estava consolidado dentro da Polícia Federal (PF). Para o procurador-geral, “a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios nas sedes dos Três Poderes, em Brasília”.
O parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi solicitado por Moraes em razão de um pedido do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para revogar as cautelares impostas contra ele – entre elas, a proibição de contato com Bolsonaro.
Ao se posicionar sobre a possibilidade de permitir a Valdemar reaver os R$ 53 mil que foram apreendidos pela PF em sua casa, Gonet disse que a medida “não parece recomendável”.
Leia mais:
Atos de 8/1: Total de condenados sobe para 173 após STF julgar mais 14 réus
Pesquisa Quaest: 89% dos brasileiros condenam atos de 8/1; há 1 ano, eram 94%
Para o procurador-geral, os investigados pela trama golpista podem precisar ressarcir o erário pelos danos causados durante os ataques às sedes do poder Executivo, Judiciário e Legislativo. O prejuízo é calculado em R$ 26 milhões.
A PF deve concluir o relatório sobre a tentativa de golpe de Estado depois das eleições – o segundo turno é dia 27. Depois, caberá à PGR oferecer denúncia, pedir novas diligências ou requerer o arquivamento.
A PGR disse que não se manifesta sobre processos em segredo de justiça, nem mesmo para confirmar ou negar a existência de atos nesses processos.
*Com informações da CNN Brasil