Os policiais militares que aparecem em um vídeo cantando uma música e dançando ela em exaltação ao ‘Massacre do Carandiru’ dentro do quartel da cavalaria da Polícia Militar (PM) em São Paulo são alunos do curso de formação de soldados da corporação. A assessoria de imprensa da PM confirmou essa informação nesta quarta (10/7).
A filmagem feita recentemente pelos alunos da Escola Superior de Soldados foi compartilhada nas redes sociais. Depois ela acabou vazando e viralizando, e desde então angariou críticas de entidades e movimentos ligados aos direitos humanos.
Diante da repercussão negativa do vídeo com os alunos da PM, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que, assim que tomou conhecimento da filmagem, determinou a instauração de uma investigação por meio do Comando do Policiamento de Choque da Polícia Militar (CPC-PM). A pasta ainda afirmou que a conduta dos policiais que aparecem nas imagens “não condiz com as práticas da instituição” e que “medidas cabíveis serão tomadas”.
Leia mais:
Justiça absolve três policiais pela morte do adolescente João Pedro no RJ
Ministério da Justiça apresentará normas para uso de câmeras corporais por policiais
O homem que aparece conduzindo o coro foi identificado como soldado Breno. Na imagem, ele aparece rodeado por cerca de outros 20 militares, que batem palmas e cantam a música.
Veja a cena:
O que foi o massacre do Carandiru?
Em 2 de outubro de 1992, uma intervenção da Polícia Militar na Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, causou as mortes de 111 presos. O caso, que ficou conhecido como Massacre do Carandiru, alcançou repercussão mundial.
Entre 2013 e 2014, a Justiça paulista fez cinco júris populares e condenou, ao todo, 74 policiais militares pelos assassinatos de 77 detentos. Os outros 34 presos teriam sido mortos pelos próprios companheiros de cela.
As defesas dos agentes alegam que seus clientes são inocentes, agiram em legítima defesa porque os presos estariam armados com revólveres e facas e só cumpriram ordens superiores para entrar no local. Vinte e dois policiais ficaram feridos na ação, mas nenhum deles morreu. Todos os condenados recorrem em liberdade da decisão judicial.
Com informações de G1.