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Ausência de Marina Silva em evento pode ser motivada por forte pressão a favor de BR-319

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A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, encontra-se em uma posição delicada no Amazonas, onde enfrenta uma crescente onda de críticas e oposição por parte de políticos locais. A principal polêmica gira em torno de sua postura contrária à reconstrução da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.

A posição de Marina Silva sobre a BR-319 tem sido um ponto de atrito com os políticos locais. A ministra tem enfrentado oposição ferrenha por parte da bancada amazonense, que vê na pavimentação da rodovia uma necessidade vital para o desenvolvimento regional e a segurança logística.

A ministra defende que o asfaltamento da BR-319 pode trazer graves consequências ambientais, um ponto de vista que, apesar de controverso, é respaldado por estudos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No entanto, os críticos argumentam que a pavimentação é essencial para a fiscalização ambiental e para a logística de emergências, como a crise de oxigênio vivida em Manaus durante a pandemia de Covid-19 .

Em meio ao cenário acalourado, nesta quinta-feira (20/06), a ministra cancelou a participação no evento lançamento do “8° Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa – EA Lusófono” em Manaus.

Discussão na CPI das Ongs

Em novembro do ano passado, durante a CPI das Ongs, Marina protagonizou um discussão acalourada com o presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM), quando o assunto em questão foi a pavimentação da BR-319.

Em sua declaração, ela defendeu que a estrada precisa de viabilidade econômica. Ressaltou que a pavimentação ainda não foi feita porque não existe um projeto que englobe todas as esfesras.

“Não se faz uma estrada de 400km no meio da floresta virgem apenas para passear de carro, se não tiver associado a um projeto produtivo”, disse.

O senador Plínio Valério, por outro lado, disse que não é preciso derubar árvore no entorno da estrada. Segundo ele, a estrada já existe e que precisa apenas ser asfaltada. Disse ainda que, relação ao desmatamento, obrigação do governo coibir.

O governado Wilson Lima também criticou a fala da ministra e afirmou ser mais uma injustiça contra os amazonenses.

“Como é que as autoridades do Ipaam, da SEMA, se deslocarão para poder fazer esse trabalho de fiscalização? Infelizmente, mais uma injustiça que o Estado do Amazonas sofre, sob o discurso de preservação ambiental. Porque nesse processo, o mais importante aqui é preservar a população. É preservar quem mora no Estado do Amazonas.”, disse Wilson Lima.


Saiba mais:


Possível viabilidade da BR-319

A discussão sobre BR-319 teve novos desdobramentos este ano, com o anúncio da possível viabilidade da rodovia, anunciada no início de junho por Wilson Lima, e gerou mais questionamentos sobre a posição da ministra.

O deputado estadual Rozenha questionou publicamente a postura de Marina Silva em relação à reconstrução da rodovia, destacando a necessidade de entender seus argumentos contra o projeto.

Eu gostaria só de saber e entender o que pensa agora a ministra Marina Silva, qual a oposição e quais os argumentos que ela irá ter para não defender e aceitar a reconstrução da BR-319?”, questionou o deputado Rozenha.

Omar Aziz critica a gestão de Marina Silva

As críticas não se limitam à questão da BR-319. Em uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) lamentou a falta de diálogo da ministra com o Congresso, acusando-a de priorizar questões internacionais em detrimento de políticas ambientais locais.

Aziz destacou que a ministra é respeitada em outras regiões do país, mas esse respeito não se estende ao Norte, especialmente no Amazonas e no Acre .

Sobre a BR-319, Omar afirmou que a ministra estaria em rota de colisão com o Congresso devido aos pareceres do Ibama que vetam o asfaltamento da rodovia sob justificativa de impacto socioambiental.

Assessoria responsável pelo “8° Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa – EA Lusófono” confirou que Marina teve um imprevisto e não poderá vir a Manaus.

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