O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se irritou com o debate realizado na manhã desta segunda-feira (17/06) no plenário da Casa, a pedido do senador Eduardo Girão (Novo-CE), sobre assistolia fetal como método de aborto legal. Pacheco rechaçou o uso da dramatização na audiência pública sobre a matéria.
Na ocasião, Girão chamou a contadora de histórias Nyedja Gennari, que nas redes sociais se identifica também como escritora, professora e arte educadora, para narrar por cerca de cinco minutos um texto fictício sobre um suposto feto no dia em que foi submetido ao procedimento de assistolia fetal.
“Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado à reflexão para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”, disse Nyedja, ao final da performance.
Pacheco também não gostou de o debate no Senado ter ignorado especialistas contrários ao projeto de lei 1904/24, o chamado PL do Aborto, que teve a urgência aprovada na Câmara de Deputados na quarta-feira (12/06).
O PL do Aborto, entre outros nomes, equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio simples.
Rodrigo Pacheco, nos bastidores, disse que o debate sobre o tema deve levar em conta todas as correntes, critérios técnicos, científicos, a legislação vigente e, sobretudo, o parecer das senadoras.
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Na quinta-feira (13/06), o presidente do Senado disse que uma possível discussão sobre aborto “jamais iria diretamente ao plenário” da Casa. Para o presidente, o debate deve ser realizado “com cautela”, passando pelas comissões permanentes do Senado.
“Uma matéria dessa natureza jamais iria direto ao plenário do Senado Federal. Ela deve ser submetida às comissões próprias, e é muito importante ouvir as mulheres do Senado, que são legítimas representantes das mulheres”, afirmou Pacheco, um dia após a urgência ser aprovada na Câmara.
*Com informações da CNN Brasil e O Globo