Ademar Cardoso foi o responsável por apresentar ketamina à família, é o que aponta as investigações após a morte da irmã dele, Djidja Cardoso, por suspeita de overdose pelo uso do medicamento.
Segundo o delegado titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio, o Ademar já era usuário de drogas e viajou a Londres para fazer tratamento contra a dependência química. No entanto, durante a viagem ele teve acesso à ketamina, que é um anestésico de uso veterinário e vem sendo usado como droga recreativa que causa efeitos alucinógenos.
Após alguns anos, Ademar voltou à Manaus e apresentou a droga para a mãe, Cleusimar Cardoso, e a irmã, Djidja Cardoso.
“A gente pode até traçar uma ordem cronológica dos fatos, inicialmente o Ademar teve contato com vários tipos de materiais entorpecentes, tanto ele como os familiares. Posteriormente ele foi encaminhado para Londres para realizar uma espécie de tratamento, chegou lá e teve acesso à Ketamina”, afirmou o delegado.
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Em seguida, ele explicou que Ademar fez uma experiência com a Ketamina até descobrir como usar de forma injetável.
“[Ademar] retorna para Manaus, quando chega em Manaus conhece um casal que acaba apresentando a Ketamina na forma em pó e, posteriormente eles passam a fazer uma espécie de experiência a fim de identificar qual a melhor forma de utilização da ketamina para fins de render mais aplicações e consumo. Aí chega-se então a forma subcutânea, passam a utilizar essa medicação”, contou Cícero.
O delegado também falou como a seita ‘Pai, Mãe, Vida’, surgiu e como o medicamento foi usado para alcançar uma falsa plenitude espiritual.
“A partir de dado momento, a própria Cleusimar encontra ali a questão da Cartas de Cristo e passam a fazer uma espécie de culto em relação a esse tipo de obra literária e, nesse sentido, acabam fazendo uma interpretação equivocada do que seria essa obra literária e, nesse momento, eles acabam cooptando outras pessoas principalmente funcionários da rede de salões de beleza onde eles fazem parte”, explicou.
Cícero Túlio também revelou como Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja, e o ex-fisiculturista Hatus Silveira, se envolveram na seita e o uso de drogas.
“O que acontece, chega-se o momento em que eles [família de Djidja] começam a ter dificuldades para comprar a medicação. O Bruno acaba tendo acesso ao Hatus, haja vista que tinha conhecimento acerca da situação de fisiculturismo, uma vez que ele já havia sido acompanhado pelo Hatus, e eles vem nessa relação a oportunidade de fazer um link entre o Hatus e as empresas veterinárias para fins de conseguir esse material com maior facilidade, ai é nesse aspecto é que todos eles acabam se vinculando, adentrando nessa seita religiosa e facilitando o acesso à Clínica Maxvet e outras clínicas veterinárias para compra desse material”, finalizou o delegado.
Na sexta-feira (7/06), o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) deflagrou a 2ª fase da Operação Mandrágora, que culminou na prisão de quatro suspeitos envolvidos na distribuição de ketamina de maneira ilegal.
Foram presos Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja Cardoso, o ex-fisiculturista Hatus Silveira, e dois funcionários da Clínica Maxvet, identificados como Emicley Araújo e Sávio Soares.