O Hospital Deoclécio dos Santos, no município de Careiro (a 88 quilômetros de Manaus), está sendo responsabilizado por violência obstétrica contra uma gestante. A mulher foi submetida a uma série de negligências que resultaram na morte de seu filho pouco depois do parto. A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) entrou com ação judicial e condenou o município a indenizá-la em R$ 300 mil.
Em 2020, quando estava grávida de 36 semanas, a gestante procurou atendimento na unidade de saúde local, apresentando queixas de fortes dores de cabeça e abdominais. Apesar da urgência da situação, ela foi submetida ao procedimento proibido conhecido como manobra de Kristeller, na tentativa de acelerar o parto. O recém-nascido morreu.
Com a violação dos seus direitos, a mãe decidiu buscar o auxílio da Defensoria Pública para garantir reparação pelos danos sofridos. A DPE-AM então iniciou uma ação de indenização contra o município responsável pelo hospital.
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De acordo com o defensor público Danilo Garcia, no decorrer do processo foi evidenciado que houve pressão para a realização de um parto normal, o qual foi executado, causando intenso sofrimento à mulher.
“Devido a todas as circunstâncias que resultaram na perda da criança, a Defensoria ingressou com uma ação alegando negligência médico-hospitalar. Durante o processo, apresentamos testemunhas, incluindo uma funcionária do hospital, que relatou as condições após o nascimento da criança. Devido à falta de um profissional para operar a incubadora, o bebê teve que ser transferido para a capital, chegando ao hospital sem vida”.
Inicialmente, a solicitação de indenização era de R$ 500 mil, porém o juiz Geildson de Souza Lima, optou por conceder o valor de R$ 300 mil.