Durante o Seminário Técnico sobre Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrovia EF-170, em Santarém (PA), um grupo de indígenas da aldeia Muruary, do Baixo Tapajós, protestou na tarde desta terça-feira (07/05) contra as obras da Ferrogrão. Os manifestantes esfregaram tinta de urucum no rosto de representantes de entidades que defendem a construção da ferrovia.
O seminário organizado pela Subsecretaria de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes está previsto para ocorrer nesta terça e quarta-feira (08/05). O evento reúne representantes da sociedade civil, comunidades indígenas, acadêmicos e organizações não governamentais para discutir temas cruciais, como os impactos socioambientais do Corredor Logístico Norte e os detalhes sobre o projeto da Ferrogrão.
O Baixo Tapajós é lar de 14 diferentes povos indígenas. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o líder espiritual da aldeia Muruary, identificado como Arnaldo Filho Kumaruara, realizando o protesto com urucum, que é uma fruta com sementes vermelhas que é nativa da bacia amazônica brasileira.
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Na publicação original sobre a manifestação, João Kumaruara, que também é membro da aldeia Muruary, chamou de “plano de extermínio” o projeto de construção da ferrovia Ferrogrão.
“Esse gesto representou uma oposição veemente a essa proposta de desenvolvimento que busca abrir uma extensão de 900 mil hectares entre o Mato Grosso e o Pará na Amazônia. Os impactos desse empreendimento afetarão diretamente não apenas as aldeias indígenas que residem na região, como os povos Munduruku e Kayapó Paranã, mas também acarretarão danos significativos à fauna e flora local”, disse João na postagem.
“Manifestamo-nos contra esse plano que ameaça o Rio Tapajós, onde diversas aldeias, incluindo a minha, estão situadas. Como povos originários da floresta, defendemos incansavelmente nosso território, pois sem ele não há vida nem preservação da nossa cultura”, completou o indígena.
Confira o vídeo do protesto:
*Com informações do Metrópoles