Nove testemunhas de Jeová foram condenadas a longas penas de prisão na Rússia, nesta terça-feira (05/03), acusadas de “extremismo” após gravações de seus cultos serem vazadas, disse um porta-voz do grupo.
Um tribunal da cidade siberiana de Irkutsk proferiu sentenças de três a sete anos para os nove homens, que têm idades entre 35 e 72 anos. Oito deles já haviam passado mais de dois anos em prisão preventiva antes da sentença, a maior parte do tempo em confinamento solitário, ressaltou o porta-voz Jarrod Lopes.
Lopes destacou ainda que as acusações tomaram como base gravações secretas de áudio de cultos. Na semana passada, outro tribunal russo determinou a prisão de uma testemunha de Jeová por oito anos após um “infiltrado” filmar um culto realizado por videoconferência.
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A Suprema Corte da Rússia classificou a denominação cristã como “extremista” em 2017, banindo congregações em todo o país. A Rússia contava com cerca de 175 mil fiéis ativos na época da proibição, segundo o site russo do grupo. Desde então, incursões, interrogatórios e prisões de adeptos têm ocorrido com certa regularidade.
As testemunhas de Jeová na Rússia afirmaram anteriormente que foram torturadas por policiais que invadiram suas casas, alegações que as autoridades russas negam. Ao menos 794 Testemunhas de Jeová foram acusadas criminalmente na Rússia por sua fé, e 128 cumprem penas de prisão atualmente, disse Lopes.
A vida religiosa na Rússia é dominada pela Igreja Ortodoxa Russa, leal ao presidente Vladimir Putin e defendida por ele. Alguns estudiosos ortodoxos consideram as testemunhas de Jeová, conhecidas por pregar de porta em porta e recusar o serviço militar, como uma “seita totalitária”.