Chefe de um poderoso clã da política do Rio de Janeiro e citado no caso Marielle Franco, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão enriqueceu durante seus mandatos como deputado na Assembleia Legislativa do Rio.
Entre 2006, quando ele foi eleito para o seu terceiro mandato na Alerj, e 2014, quando disputou sua última eleição antes de tomar posse no TCE-RJ, o patrimônio de Brazão passou de R$ 1,2 milhão para R$ 11,4 milhões. Os dados, informados por ele próprio ao registrar suas candidaturas, somam uma evolução de 817% em oito anos. Em 2010, os bens dele somavam R$ 5 milhões.
Alvo da Operação Quinto do Ouro, que apurou supostos recebimentos de propina por membros do TCE-RJ e chegou a prendê-lo temporariamente, em 2017, Domingos Brazão responde a uma ação penal no Superior Tribunal de Justiça por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além dele, outros quatro conselheiros são réus no mesmo processo.
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De acordo com apuração do portal Metrópoles, Brazão tenta, no STF, anular quebras de seus sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico, determinadas pelo STJ. Ele teve uma derrota em decisão do ministro Nunes Marques, em dezembro, mas insistiu no pedido ao Supremo.
Em setembro de 2019, Brazão foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por obstrução à Justiça no caso Marielle Franco. A Justiça do Rio de Janeiro, no entanto, rejeitou a acusação contra o conselheiro em março de 2023.
Nesta terça-feira (23/01), Brazão foi citado como mandante do assassinato de Marielle na possível delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o atirador que matou a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
Em entrevista, Brazão negou ter mandado matar a vereadora carioca. “A PF está me fazendo sangrar”, declarou.