Uma confusão entre manifestantes e a polícia terminou com agressões, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e deputados retirados às pressas do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), muitos deles passando mal.
Durante a votação em plenário do projeto de privatização da Sabesp, um grupo que estava na galeria começou a gritar contra a desestatização e a socar e chutar os vidros que o separava do espaço reservado aos deputados.
Desde o início da sessão, o público nas galerias gritava palavras de ordem e interrompia as falas dos deputados. Parte dos manifestantes tentou derrubar o painel de vidro que separa a área destinada aos populares dos deputados. O presidente da Casa, deputado André do Prado (PL), acionou a polícia que começou a agredir os manifestantes. Também foram jogados spray de pimenta e gás lacrimogêneo no espaço interno, o que tomou todo o plenário.
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Deputados foram retirados às pressas, em especial os mais idosos e a deputada Paula Nunes (PSol), que está grávida. O plenário foi esvaziado com pessoas deixando o local tossindo, com ânsia de vômito e os olhos lacrimejando.
A sessão sobre a privatização da Sabesp foi suspensa por tempo indefinido. Do lado de fora do plenário, próximo à saída da garagem, assessores parlamentares corriam com cadeiras e garrafas d’água para acudir os deputados.
Vivian Mendes, líder do partido Unidade Popular, e candidata ao Senado por São Paulo nas últimas eleições, foi detida no tumulto. Além dela, outras três manifestantes saíram da Alesp algemadas.
Projeto
Uma das principais promessas de campanha do atual governador Tarcísio de Freitas, o projeto de privatização da Sabesp foi enviado pelo Executivo à Alesp em 17 de outubro. O governo defende que a desestatização irá permitir o aumento dos investimentos na companhia — dos atuais 56 bilhões de reais para cerca de 66 bilhões de reais até 2033 –, a antecipação da universalização do acesso a saneamento em quatro anos, até 2029, e o barateamento da tarifa ao consumidor.
*com informações do Metrópoles.