Luciane Barbosa Farias, esposa do traficante e líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Clemilson dos Santos Farias, se pronunciou na tarde desta segunda (13) sobre a divulgação das suas duas visitas ao Ministério da Justiça, noticiadas por reportagem do Estadão publicada hoje. Ela publicou uma nota nas redes sociais após a polêmica ganhar alcance nacional.
Conhecida como “dama do tráfico”, a mulher é presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). Luciane alegou estar sendo “criminalizada” por ser esposa de um detento. Clemilson é conhecido como “Tio Patinhas” e cumpre pena de 31 anos em presídio em Tefé, no AM.
Em trecho da sua nota, ela diz:
“Não sou faccionada de nenhuma organização criminosa e venho, como inúmeras outras esposas e familiares, sendo criminalizada pelo fato de ser esposa de um detento”.
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Luciane completou:
“Não enxergo que pratico crime em pedir as reuniões em interlocução e nem que as autoridades, que estão cumprindo o papel institucional para o qual foram eleitas, nos receberam em diferentes instâncias em Brasília, possam ser criticadas e descredenciadas por isto”.
Ela foi condenada por lavar dinheiro para a facção do Comando Vermelho e está recorrendo da decisão. Sobre isso, na nota ela afirma:
“Que eu saiba, no Brasil, definido pela instância máxima da Justiça, uma pessoa só pode ser considerada criminosa após o trânsito em julgado”.
A polêmica
Em 19 de março, Luciane participou de audiência com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz. E em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Na tarde de hoje, Vaz se pronunciou sobre o caso: segundo o secretário, inicialmente, uma reunião foi marcada pela ex-deputada estadual Janira Rocha (PSol) para receber mães que tiveram os filhos assassinados e lutam por justiça. No entanto, Luciene Barbosa se juntou ao grupo de mulheres e se apresentou como a representante de uma organização que reivindica por melhorias no sistema prisional amazonense.
O ministro titular da pasta, Flávio Dino, também se pronunciou publicamente hoje no X, ex-Twitter, e afirmou que “nunca que se reuniu com líder de facção criminosa, esposa ou parente ou vizinho”.