Nesta terça, 8, aconteceu o depoimento do ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, à CPI mista dos Atos Golpistas. Ele compareceu à sessão da CPMI usando tornozeleira eletrônica, por ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão nos atos golpistas.
À época do 8 de janeiro, Torres era secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal. Na sexta (6), antevéspera dos atos que depredaram as sedes dos Três Poderes, Torres viajou para fora do país.
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Em seu depoimento, Torres afirmou:
“Naquele dia, naquela sexta-feira, os acampamentos estavam praticamente desmontados, ele [General Dutra] precisava da secretária de desenvolvimento social para tirar os vulneráveis, os moradores de rua, antes de fazer o desmonte final do acampamento. Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”.
Ele também afirmou que se a Praça dos Três Poderes tivesse sido isolada, os atos de vandalismo não teriam acontecido. À relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Torres disse:
“Se a Praça dos Três Poderes estivesse realmente isolada, não teria acontecido isso, senadora. Eu fui secretário de Segurança aqui durante dois anos e três meses, e eu digo à senhora com experiência que não teria acontecido”.
Ele ainda disse que viajou aos Estados Unidos “tranquilo”.
Torres também se pronunciou sobre a minuta golpista encontrada em sua casa em janeiro. Ele chamou o documento de “aberração” e “sem validade jurídica”. Assim como disse em depoimento à Polícia Federal, Torres disse não saber quem é o autor do documento.
A CPI já aprovou a quebra dos sigilos dele.