No próximo sábado, dia 6, o Estado do Amazonas e todos os demais da Região Norte vão completar um mês sem receber Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP 50/60), essencial para produção de asfalto para pavimentar ruas e estradas. A produção e fornecimento desse insumo é responsabilidade da Refinaria da Amazônia (Ream).
A Ream é a única instituição autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para fabricar e comercializar o CAP na região. De acordo com as empresas que compram o produto para fabricar o asfalto, a refinaria emite notas adiando a normalização do fornecimento, mas não está cumprindo os prazos, e isso vem prejudicando toda a cadeia de produção, ameaçando centenas de empregos e afetando a continuidade de várias obras em todos os estados.
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Um representante de empresa, que pediu para não ser identificado, disse que a categoria já avalia importar o CAP de São Paulo, caso a situação não seja normalizada nos próximos dias, tendo em vista que a demanda diária do cimento para Manaus é de 40 toneladas. Ele disse:
“Já estamos conversando com nossos clientes sobre isso, uma vez que haverá um aumento de mais de 50% no valor final do material, mas precisamos tomar uma providência porque não há previsão e esta situação está afetando toda a cadeia produtiva, de transportadoras e construtoras, até prefeituras que precisam realizar obras”.
A Refinaria da Amazônia foi privatizada no final de 2022: a antiga Refinaria Isaac Sabbá em Manaus foi transferida em 1º de dezembro para a empresa Atem Distribuidora, quando passou a ser denominada Refinaria da Amazônia (Ream). Desde que o grupo Atem assumiu a refinaria, o preço dos combustíveis no Amazonas subiu, a ponto de o valor da gasolina ser considerado um dos mais altos do país, segundo levantamento do Observatório Social do Petróleo.
No último dia 25, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), informou em seu site oficial que “as frentes de obras de asfalto na cidade estão temporariamente paralisadas devido à ausência do Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)”.