Na manhã desta quinta-feira, 17, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Araguaína (TO) e Balsas (MA). Vários contratos firmados pela Prefeitura de Araguaína, entre 2014-2021, foram alvos das investigações. No período investigado, o prefeito da cidade era Ronaldo Dimas (PL).
A operação policial, denominada “Trailhawk“, apura repasses de até R$ 9,4 milhões na locação de veículos pelo município e há suspeita de pagamento de propina com o repasse de veículos de luxo. O nome da operação significa o modelo de um veículo de alto valor que teria sido entregue como propina e possível esquema de lavagem de dinheiro.
Saiba mais:
Prefeito de Araguaína-TO clama por recursos para saúde, em Brasília
Os oito mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária. A Polícia Federal informou que investiga uma suposta associação criminosa envolvida com a prática de fraudes a licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de capitais.
O inquérito identificou diversos indícios e provas de direcionamento das licitações e superfaturamento em contratos firmados com a Prefeitura de Araguaína, para contratação de empresa para locação de veículos para saúde e educação. A investigação também tem participação da Controladoria Geral da União, que realizou fiscalização dos contratos suspeitos.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de capitais. No entanto, a PF ainda não divulgou os nomes das pessoas que estão sendo investigadas, visando não atrapalhar e desviar o foco da operação.
No fim da tarde desta quinta-feira, Dimas se manifestou sobre o assunto por meio de nota. O ex-prefeito afirmou que trata-se de um “completo absurdo“.
Veja a nota na íntegra:
Nota Oficial
“A operação desta quinta-feira, 17 de agosto, em Araguaína expõe a banalização midiática e a clara perseguição política que tem me atingido e que indigna, revolta e fere o senso de justiça. A exemplo do que já ocorrera no ano passado, agora, novamente há cerca de um ano da eleição, estou sendo alvo de ilações sem qualquer sentido, com absoluta ausência de indícios e questionamentos que poderiam ser facilmente solucionados sem qualquer necessidade do que ocorreu hoje.
Resta claro que há setores influenciados pela política que querem rotular uma gestão transformadora de oito anos à frente da segunda maior cidade do Estado em algo nefasto. Todos os meus atos como gestor público ocorreram dentro da legalidade e observaram os bons princípios, como os de economicidade, qualidade e respeito à coisa pública.
A operação em questão tenta fazer ligação entre as locações de veículos realizadas pela Prefeitura de Araguaína e um dos veículos locados para a pré-campanha a governador, como se o mesmo fosse doação para minha pessoa. Um completo absurdo, pois ambas contratações ocorreram dentro do que rege a lei, inclusive com valores totalmente compatíveis ao mercado e até mesmo abaixo do que pagam outros órgãos públicos.
O carro em questão foi alugado legalmente e todos os pagamentos foram feitos mediante nota fiscal, via transferências bancárias, com comprovações feitas no processo anterior, e devolvido à locadora antes mesmo da eleição, o que derruba qualquer tese de vantagem ilícita.
Repito! Tudo devidamente pago, com preços de mercado e notas fiscais!
As tentativas por parte desses que me perseguem, utilizando antigos e venais métodos, inclusive confundindo o Judiciário e trabalhando arduamente para tentar sujar meu nome não vão ficar sem respostas. Já fui muito prejudicado no passado em um momento crucial de definições de alianças e, agora, esses setores voltam à carga.
Vou, com mais austeridade, buscar todas as opções necessárias para responder a esses abusos e injustiças que estão cometendo comigo.
Ronaldo Dimas | Engenheiro civil e ex-prefeito de Araguaína