Dezenas de mandados emitidos pela Justiça Federal do Tocantins estão sendo cumpridos pela Polícia Federal no Pará e em Goiás.
São 31 mandados de busca e apreensão emitidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária do Tocantins sendo cumpridos em cidades do Pará e de Goiás: Goiânia (GO), Tucumã (PA) e São Felix do Xingú (PA).
São cumpridas ordens de:
- Sequestro de bens móveis e imóveis, incluindo nove fazendas
- Bloqueio nas contas bancárias de 41 pessoas
- Sequestro de carros e 19 aeronaves
- Buscas em endereços ligados aos investigados
A investigação é contra uma organização criminosa que supostamente faz o tráfico internacional de drogas a partir dos países produtores, como a Venezuela, Bolívia, Colômbia e Peru, até países de passagem ou destinatários finais como o Brasil, Honduras, Suriname.
Também havia transporte para países da América do Norte, África e Europa.
Para executar o tráfico, o grupo criminoso adquiria aeronaves, registrava em nome de “laranjas”, contratava pilotos e controlava aeroportos clandestinos.
Conforme a PF, esta segunda fase identificou que a organização criminosa tinha também uma estrutura de câmbio ilegal e movimentação financeira paralela, fora do sistema bancário para lavar dinheiro, bens e ativos.
Para isso, o grupo usava empresas de turismo e agências de câmbio em Palmas e Goiânia (GO). A organização criminosa também lavava dinheiro por meio da utilização de postos de combustíveis nas cidades de Tucumã (PA) e Aparecida de Goiânia (GO), além de criar empresas de fachada e adquirir imóveis registrados em nome laranjas.
Operação Flak
O grupo criminoso começou a ser investigado em 2018 depois que uma aeronave com 300 quilos de cocaína foi apreendida em Formoso do Araguaia. O principal investigado, apontado como chefe da quadrilha, é João Soares Rocha.
Durante a investigação a polícia descobriu que o grupo comprava e adulterava aeronaves para transportar drogas no Brasil e em outros países. João Soares Rocha possuía de fazendas, aviões, postos de combustíveis e até um hangar.
As investigações indicam que a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia e Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia). Pistas no Tocantins também eram usadas pelo grupo.
Também em 2018, a polícia conseguiu encontrar uma espécie de submarino improvisado no Suriname. A embarcação, que podia carregar entre 6 e 7 toneladas, poderia ser utilizada pela para levar drogas para Europa e África.
No ano seguinte o grupo foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal que fez 28 prisões e apreendeu 11 aeronaves. O suposto líder do grupo, João Soares Rocha, chegou a ser preso, mas ganhou liberdade e é considerado foragido.