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ENTREVISTA: “Principal projeto é construir e equipar hospital na região sul de Palmas”, diz Eduardo Siqueira Campos, pré-candidato a prefeito

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José Eduardo Siqueira Campos é o herdeiro político do maior ícone do Estado do Tocantins: o eterno e saudoso governador José Wilson Siqueira Campos, “in memoriam”. Graduado em pedagogia pelo CEUB – Centro de Ensino Unificado de Brasília, está radicado no Tocantins desde a década de sessenta.

Com extensa carreira política, Eduardo foi deputado federal entre 1989 e 1992. Em 1993, renunciou ao mandato para tomar posse como prefeito de Palmas, cargo que ocupou até 1996. Foi eleito senador da república em 1998, cujo mandato perdurou de 1999 a 2006. Posteriormente, contribuiu, na condição de Secretário, com o governo de seu pai, ocorrido entre 2010 e 2014. Elegeu-se deputado estadual em 2014, pelo PTB, com a maior votação do pleito: mais de 28 mil votos. Foi reeleito em 2018, pelo DEM. Em 2022, não disputou o cargo, deixando a Assembleia Legislativa. Em 2023, se filiou ao Podemos, visando disputar o cargo de prefeito de Palmas em 2024.

Nesta entrevista exclusiva à Rede Onda Digital Tocantins, Eduardo Siqueira Campos fala sobre o seu legado político, rebate críticas, apresenta suas ideias e projetos, caso se torne prefeito de Palmas, além de outros temas.

Na condição de pré-candidato a prefeito de Palmas, como o Sr. avalia a atual gestão?

Creio que não é apropriado para mim, e nem para qualquer outro pré-candidato, fazer essa avaliação. Prefiro partir para o sentimento da população, porque o que se nota é que há um sentimento e desejo de mudança, mesmo porque a atual gestora não pode ser reeleita. O meu desejo é que as coisas que não estão bem sejam resolvidas, como o transporte coletivo, o desabastecimento de medicamentos nas UPAS e que termine o mandato da melhor forma possível.

Algumas coisas precisam ser revistas pois quando o meu pai idealizou a capital do Tocantins, a Avenida Teotônio Segurado era para ser um grande corredor de norte a sul, onde a população encontraria nela todos os serviços públicos, como o fórum, a defensoria, o ministério público, a prefeitura, o HGP, o próprio Palácio Araguaia, etc. No entanto, em gestões anteriores, o Paço municipal foi trazido para a Avenida JK e instalada num prédio alugado, o que absolutamente, eu não concordo. Eu quero anunciar aqui que, meu primeiro ato como prefeito, será voltar a sede da Prefeitura para a Praça do Bosque, de onde governarei a cidade, que voltará a ser uma terra de oportunidades.

O Sr. tem visto que a população está insatisfeita com o transporte coletivo. Qual é a sua proposta para solucionar esse problema? 

Quando eu assumi a prefeitura de Palmas também havia um monopólio: só a Expresso Miracema atuava neste setor. Na época, fiz um chamamento público, outras empresas se habilitaram a prestar o serviço e havia uma regularidade. Era natural que essa concessão acabasse um dia. A prefeitura deveria estar preparada quando isso ocorresse. Contudo, a gestão atual resolveu assumir a gestão dos serviços, como manutenção dos ônibus, compra de combustível e de peças, além de gestão de pessoas, trazendo para si um ônus desnecessário.

“Na minha visão, o poder público não está preparado para gerir esse tipo de serviço, mesmo porque a sua função primordial é cuidar da educação, da saúde, de políticas públicas para a terceira idade, creches, entre outras atividades. Será que as unidades de saúde estão funcionando 100% para que a prefeitura deixe de se preocupar com elas e se arrisque cuidando do transporte urbano? Na minha opinião, não”.

Caso eleito, eu teria que resolver esse problema do primeiro dia. Para isso, faria um novo chamamento público, um contrato emergencial de seis meses, porque a população não pode ficar desassistida, além de um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público, porque o interesse público tem que prevalecer. Claro, que vamos fazer algumas exigências, entre as quais, ônibus novos com ar condicionado, regularidade nos horários, etc. Se o custo disso ficar muito alto, cujo preço da passagem fique absurdamente caro, a prefeitura pode fazer o subsídio da diferença. Isso será muito mais barato do que a gestão paga hoje ao administrar esse serviço. Há uma série de empresas no Brasil que possuem “expertise” para administrar o transporte coletivo de passageiros com qualidade, ao contrário do poder público.

Foto: Benhur de Souza

Nesse caso, o Sr. não tem interesse no apoio da prefeita Cinthia Ribeiro?

Se a condição para isso for dizer que a saúde está bem, que o transporte coletivo é uma maravilha e que a prefeitura deve ficar sediada em prédio alugado na Avenida JK, então eu não posso ser o candidato apoiado pela atual gestão. Agradeço, respeito, mas vou preferir continuar com aqueles que estão me embalando a minha campanha: o povo.

“Evidente que existem muitos candidatos aguardando esse apoio, porque acham que a prefeita tem uma varinha mágica capaz de transferir votos. É possível que ela transfira alguns ao candidato que ela escolher, mas eu penso que a transferência de votos, no meu caso, é diferente. Vem da vontade do povo, que me convidam para reuniões em suas próprias residências, que me incentivam a continuar nesse projeto”.

Além do mais, mesmo que eu não seja o candidato apoiado pela prefeita, eu tenho votos dos funcionários públicos de Palmas porque foi eu, por exemplo, que criei a guarda Metropolitana e sei que aqueles servidores têm gratidão por mim.

Discorra sobre algumas de suas propostas…

Eu tenho uma proposta para educação, que prestigia o funcionalismo, por exemplo. Será o meu secretário ou secretária de educação aquele que os diretores de escolas escolherem para tal missão. Eu não preciso trazer uma grande autoridade da educação para ser o meu assessor direto, porque as pessoas que mais sabem lidar com todos os problemas, como também apresentar as soluções, são os diretores de escolas. Por tal razão, terão meu prestígio.

Vou manter as conquistas que os servidores tiveram, não apenas na Educação, mas de todas as outras áreas, como também vou dar continuidade no legado dos outros prefeitos que realmente fizeram a diferença para o funcionalismo. Não cabe a mim desativar projetos porque não fui eu que fiz, ao contrário, se eles forem bons devem ser prestigiados.

“Eu vou retomar o “Salão do Livro”, porque era um excelente projeto. Eu construí, por exemplo, o Ginásio Ayrton Senna em Taquaralto e hoje ele está fechado e abandonado, sendo utilizado por pessoas que fazem uso de drogas. Esse fato espanta a população que poderia utilizar da praça que há em volta dele. Os projetos como “o pão nosso de cada dia” no setor Santa Bárbara também foi abandonado, os “pioneiros mirins”, os “amigos do meio ambiente” tudo foi abandonado. O CAIC, que já foi referência em modelo estudantil, também não funciona mais”.

Nas rodas políticas, um assunto muito debatido é que o seu discurso está baseado em resgates de programas da sua própria gestão ou mesmo dar continuidade a projetos de seu falecido pai. Quais são os projetos verdadeiramente novos que o Sr. propõe, caso seja eleito?

É natural que, tanto os adversários quanto os eleitores simpatizantes das candidaturas deles, digam isso. Logicamente, há muita coisa para ser resgatada mesmo porque foram projetos que deram certo.

Naturalmente, existem projetos novos. Veja: eu sou o único pré-candidato que disse, até agora, que minha prioridade é a construção de um hospital municipal de urgência e emergência na região sul da capital. Ele vai ter a função de atender pacientes de baixa ou média complexidade, evitando a superlotação do HGP, o Hospital Geral de Palmas que, diga-se de passagem, é uma das maiores referências em medicina da região norte.

Falta em Palmas um pronto-socorro municipal, adulto e infantil. Quando esse paciente, que não foi atendido pelo município, chega ao HGP ele ocupa um leito e, automaticamente, impede que uma cirurgia eletiva de um paciente agendado anteriormente, seja realizada.
Então, vamos fazer contas: Para se construir e equipar um bom hospital, gasta-se em média R$ 60 milhões. Nessas circunstâncias, se eu destinar R$ 2,5 milhões do orçamento durante dois anos, eu terei um hospital municipal ao final do biênio. Ora, se o orçamento de Palmas é R$ 2,4 bilhões, não será muito complicado ou difícil destinar os recursos para a construção de um hospital. O que não houve, até agora, foi vontade política de fazer.

Foto: Benhur de Souza

Continue expondo sobre o tema, por favor…

O meu plano de governo, prevê a instalação de oito subprefeituras, descentralizando a administração e gerindo a coisa pública mais perto da população. Elas serão criadas nos Jardins Aureny III e IV e, também, no Jardim Taquari, mesmo porque esses bairros possuem populações maiores do que algumas cidades medianas do Tocantins.

É necessário também aumentar o número de ambulâncias do SAMU, visto que hoje temos apenas três para atender uma população de 300 mil pessoas. Precisamos adquirir ou fazer gestão junto ao Ministério da Saúde, visando obter pelo menos mais sete ambulâncias para esse serviço, totalizando dez.

Vamos implantar o projeto “bairros inteligentes” e “passageiros do futuro”, cuja base é comunidade 3D (Dignidade, Desenvolvimento e Digitalização), entre outros.

Também existe uma crítica em relação a sua conduta política, no tocante a ter deixado de disputar as eleições para deputado estadual deixando o seu eleitorado órfão. Após eles terem eleito outras lideranças para representá-los, o Sr. volta ao cenário na tentativa de se eleger prefeito de Palmas nas próximas eleições. Como o Sr. responde esses apontamentos?

Não concordo com essa crítica, porque eu fui honesto com meus eleitores, deixando-os livres para escolherem outros candidatos em 2022. Não usei o trampolim da Assembleia para continuar em evidência. Eu não tinha mais pretensões de atuar como parlamentar e deixei claro o meu desinteresse ao não participar do processo eleitoral.

Ao contrário de outros pré-candidatos a prefeito, que foram eleitos para representar em o povo na assembleia legislativa em 2022, agora já querem abandonar a missão para se tornarem prefeitos. Eles falaram e prometeram, quando foram candidatos a deputados estaduais – há exatamente um ano atrás, para as populações de cada um dos municípios que visitaram – que iriam representá-los no parlamento, como também, destinariam emendas àquelas cidades. Ora, neste caso quem não tem compromisso com eleitorado são eles que, em menos de um ano de mandato, já estão pensando na eleição do ano vindouro. Portanto, eu não descumpri nenhum compromisso, como meus adversários estão fazendo neste momento.

O partido que o Sr. se filiou, o Podemos, também conta com outro pré-candidato a prefeito, o Deputado Estadual Professor Júnior Geo. Essa situação ainda pode gerar controvérsias ou já está definido que o Sr. será o candidato da sigla?

Isso já foi resolvido pela direção estadual do partido antes mesmo da minha filiação. O Podemos se fundiu ao PSC, partido que o deputado Geo era filiado. A direção nacional da sigla definiu que onde o partido obteve mais votos, teria a presidência em nível estadual. No Estado do Tocantins, Tiago Dimas, do Podemos, teve mais votos do que Osires Damaso, do PSC. Nesse caso, o comando da sigla por aqui é do Dimas.

O presidente então me escolheu para ser pré-candidato a prefeito de Palmas, em detrimento dos Junior Geo, que deverá procurar outro partido, caso queira em concorrer na eleição de 2024. Mas eu insisto: Ele não está saindo do partido por causa de mim, mas sim porque os critérios adotados pela sigla, não lhe favorecem.

Eduardo Siqueira e Jose Wilson Siqueira Campos (Foto Arquivo pessoal)

Em que pese o Sr. ter exercido o cargo de prefeito de Palmas no início da década de noventa, a grande maioria da sua carreira foi no parlamento, exercendo cargos de deputado federal, senador e deputado estadual.  Como o Sr. pretende estabelecer sua relação com a Câmara Municipal de Palmas?

Eu já fiz uma reunião no parlamento municipal com vários vereadores, exatamente para estreitar esses laços. A primeira pergunta que me fizeram foi se eu iria tratar todos de forma igual. Eu respondi que não, porque cada um tem as suas particularidades, cada um tem as suas prioridades, cada um tem bandeiras ideológicas ou religiosas a serem defendidas.

Então, não dá para tratar todo mundo de forma igual. Na minha visão o que falta é um prefeito que os receba e dialogue, que saiba lidar com a câmara de vereadores e entender seu papel, que compreenda e atenda cada uma das peculiaridades de cada parlamentar. Como você pontuou, eu tenho experiência no parlamento. É exatamente assim que funciona esse processo e essa relação política. Basta respeitar a individualidade e características de cada um deles, os segmentos que eles representam e conseguiremos construir um excelente relacionamento institucional.

Nós da Rede Onda Digital, agradecemos pela sua entrevista.

Foi um prazer falar com a população palmense e tocantinense, através desse veículo de comunicação.

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