O menino Nassem Mohra, paciente renal de 10 anos, durante sua sessão diária de hemodiálise, no último domingo (24/12), revelou que teme nunca mais ver a família, diante o cenário de guerra na Faixa de Gaza.

O pai de Nassem foi preso por tropas israelenses enquanto levava o garoto para um hospital no sul da Faixa de Gaza em uma emergência.

O vizinho, que está cuidando do garoto, foi quem levou e acompanhava Nassem na sessão de diálise, no hospital Abu Yousef Al Najjar, em Rafah. O menino diz que deseja o fim da guerra para poder voltar para sua casa e seus familiares, já que está separado deles devido aos embates israelenses no enclave.

“Tenho medo de morrer antes de ver minha família e parentes, e meus irmãos”, afirmou Nassem, ligado a uma máquina de diálise.

“Quero que a guerra acabe, para que possamos voltar às nossas casas e eu voltarei para a minha vida normal”, acrescentou, dizendo que não vê sua mãe há semanas.

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O vizinho, chamado Adel Haniyeh, disse que estava viajando para o sul da Faixa de Gaza com os filhos quando reconheceu Naseem e resolveu cuidar dele. O pai do garoto foi preso em um posto de controle do Exército israelense.

“O garoto está em más condições. Ele precisa de alimentação especial, a situação é muito ruim. A gente dorme em uma mesquita e vem aqui (diariamente) em carroças de burros”, disse.

De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, entidade federada à Cruz Vermelha Internacional, os bombardeios israelenses das principais vias do enclave prejudicaram seriamente a passagem de ambulâncias e outros veículos de emergência.

Israel cercou a Faixa de Gaza e destruiu boa parte do território desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, matou 1,2 mil pessoas e tomou 240 reféns.

Autoridades do enclave, que é governado pelo Hamas, dizem que mais de 20,4 mil pessoas já morreram por causa da campanha militar de Israel. Acredita-se que outras milhares estejam mortas sob escombros de locais bombardeados.

*com informações CNN

“Tenho medo de morrer antes de ver minha família”, diz paciente renal de 10 anos em Gaza