Yekaterina Duntsova, a ex-jornalista de TV que foi desqualificada pelo Governo da Rússia como candidata presidencial das próximas eleições, entrou com um recurso contra a decisão junto a Suprema Corte do país.

Os membros da comissão eleitoral central do país votaram unanimemente pela rejeição da candidatura de Yekaterina Duntsova, citando “inúmeras violações” nos documentos entregues por ela.

Após apresentar um recurso à Suprema Corte, Duntsova deixou claro não esperar que a medida tenha sucesso. Ela não é muito conhecida em toda a Rússia e admite comandar uma base de apoio de milhares de pessoas em um país com mais de 140 milhões de habitantes.

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Duntsova disse que foi injustiçada após ser impedida de participar da disputa, e há ampla expectativa de que a eleição seja vencida por Putin, que já está no poder como presidente há mais de 20 anos.

Ela ainda afirmou que as autoridades privaram alguns jovens russos de expressarem suas opiniões dentro de um sistema político rigidamente controlado. Isso, segundo ela, pode alimentar a apatia e um boicote à eleição prevista para março por parte de alguns eleitores.

“Tenho a sensação de que o campo [de candidatos] está sendo esvaziado… Não é vantajoso para vocês [as autoridades], acima de tudo, que não tenha sobrado ninguém, que a lista de candidatos [só] tenha pessoas com mais de 70 anos. Onde estão os representantes dos jovens? Onde estão os representantes das pessoas que querem falar sobre paz, sobre valores democráticos, sobre reforma, sobre confiança na instituição de poder?”, disse ela.

A comissão eleitoral central afirma que suas decisões são puramente baseadas em regras e que seu trabalho é garantir que os candidatos em potencial sigam os procedimentos corretos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira (26/12), sem mencionar Duntsova pelo nome, que a Constituição permite que pessoas com ambições políticas concorram à Presidência se atenderem aos critérios legais para tal.

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