Dois meses após a trágica morte da atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, um laudo pericial da Polícia Técnico-Científica confirmou que a causa do falecimento foi um abscesso cerebral uma infecção grave que gera inflamação e acúmulo de pus no cérebro. A informação foi divulgada pelo advogado da família, que contesta a conduta médica adotada nos dias que antecederam a morte da menina.

A perícia não conseguiu determinar a origem exata do abscesso, que pode ser causado por bactérias, fungos ou outros microrganismos. A Polícia Civil segue investigando o caso para apurar se houve falha no atendimento prestado.

Na tarde desta sexta-feira (25/7), os pais de Millena Thays e Luiz Brandão devem prestar depoimento na delegacia responsável pelas investigações, o 101º Distrito Policial, localizado no Jardim das Imbuias, zona sul de São Paulo. Eles estarão acompanhados do advogado Antônio Carlos Geraldes Neto, que afirma que houve negligência por parte dos profissionais que atenderam a criança, principalmente ao deixarem de realizar exames que poderiam ter identificado o abscesso cerebral a tempo.

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Queixas de dor e primeiros atendimentos

Dias antes da morte, Millena começou a apresentar sintomas preocupantes, como fortes dores de cabeça e episódios de desmaio. Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Maria Antonieta, onde, segundo nota assinada pelo gerente médico Thiago Rizzo, teria recebido “cuidados intensivos e todo o empenho da equipe médica”.

Mas segundo a família, a menina foi inicialmente diagnosticada com dengue, embora a Secretaria Municipal da Saúde negue que esse diagnóstico tenha sido registrado oficialmente. Com a piora no quadro clínico, Millena foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde exames identificaram um tumor cerebral de cinco centímetros.

A atriz mirim seria transferida para o Hospital das Clínicas no dia 30 de abril, mas sofreu 12 paradas cardíacas durante o processo de remoção. Millena teve a morte cerebral confirmada no próprio Hospital Geral do Grajaú. Um dos últimos exames realizados chegou a identificar uma mancha no cérebro, mas sem conclusões sobre sua natureza.

A mãe da menina, Thays Brandão, declarou em entrevista ao SBT que a filha não recebeu o atendimento adequado desde o início e criticou a decisão da UPA de enviá-la ao Hospital do Grajaú em vez de encaminhá-la diretamente ao Hospital das Clínicas, que teria melhores condições para lidar com um quadro tão complexo.

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