Em Taubaté, interior de São Paulo, no dia 18 de abril de 1882, nascia José Bento Renato Monteiro Lobato. Um dos mais influentes escritores brasileiros do século 20 e precursor da literatura infantil no Brasil.

Desde criança Monteiro Lobato tinha paixão pelos livros infantis. Alfabetizado ainda muito cedo, logo em seus primeiros anos estudando, já escrevia contos para jornais murais nas escolas. Órfão de pai e mãe, aos 16 anos, se tornou desenhista e caricaturista.

Aos 17 anos, se mudou para a cidade de São Paulo, querendo viver o sonho de estudar na Escola de Belas Artes, mas como o avô não apoiou a ideia, ingressou na Faculdade do Largo de São Francisco para cursar direito. Porém, mesmo diante dos empasses, continuou colaborando em diversas publicações estudantis.

Monteiro Lobato atuou por um curto período como promotor de Justiça.(Imagem: Reprodução/Arquivo Fotogràfico)

Ao se formar, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas.

Naquela época os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato então tornou-se editor, implementando uma série de renovações nos livros didáticos e infantis. A “fama” do escritor chegou apenas em 1912, quando o jornal O Estado de São Paulo publicou o seu artigo Velha praga, que retratou a indignação de Lobato com as queimadas do inverno seco daquele ano.

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Nesse mesmo período, deixou a vida de editor, por causa das dificuldades que enfrentou no campo, e a tentativa foi entrar na política, um período curto, até voltar a sua paixão e criando um dos seus mais famosos personagens: o Jeca Tatu.

Em 1917, com a venda da fazenda, retorna à cidade de São Paulo e compra revista Brasil, onde começou a editar seus primeiros livros para adultos. Entre eles está O urupês, O choque das raças e O escândalo do petróleo, um livro que retrata a luta do escritor em defesa da exploração do petróleo por empresas brasileiras – época também em que foi perseguido, criticado e preso.

Em 1921, a literatura infantil retorna à vida de Monteiro Lobato, aí ele dá à vida aos inesquecíveis personagens da sua mais famosa obra, O sítio do Picapau Amarelo: Emília, Pedrinho, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Cuca e o Saci Pererê. Foram mais de 70 publicações entre livros e traduções.

Elenco de uma das versões “Sítio do Pica-Pau Amarelo” veiculadas na TV Globo. (Foto: Divulgação/TV Globo)

Monteiro Lobato morreu em 4 de julho de 1948, na cidade de São Paulo – mas permanece vivo em seus personagens.

Principais obras de Monteiro Lobato

Urupês, 1918
O Saci, 1921
Narizinho Arrebitado,1921
Fábulas, 1922
O Marquês de Rabicó, 1922
As Aventuras de Hans Staden, 1927
Peter Pan,1930
Reinações de Narizinho,1931
Caçadas de Pedrinho, 1933
Emília no País da Gramática, 1934
Geografia de Dona Benta, 1935
Dom Quixote das Crianças, 1936
Histórias de Tia Nastácia, 1937
O Poço do Visconde, 1937
O Picapau Amarelo, 1939

*Com informações de Agência Brasil.

Há 143 anos, nascia Monteiro Lobato, precursor da literatura infantil no Brasil