O vereador de oposição, William Alemão (Cidadania), afirmou que a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Semcom, que investigará as denúncias de propina no órgão, dependerá da mudança de liderança do Republicanos na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Atualmente, o vereador Roberto Sabino é o líder do partido na Casa Legislativa e demonstrou ser contrário à CPI.
“A base [aliada] do prefeito [David Almeida] precisa colocar quem são os membros da CPI da Semcom. Se é antes ou vai ser depois da próxima CPI, isso para mim uma CPI não interfere em nada a outra [CPI]”, disse William Alemão.
Sabino pertence à ala governista na CMM e, conforme Alemão, não indicou nenhum membro da bancada para ser membro das últimas Comissões Parlamentares. Além do suposto esquema de propina na Semcom para portais de notícias, há um requerimento para uma CPI de apuração sobre uma denúncia de uso de verba da Prefeitura de Manaus para empresas associadas a pessoas próximas ao chefe do Poder Executivo.
“Se tiver uma movimentação dentro dos próprios partidos [da base aliada] e aí nós teremos uma mudança de liderança, a CPI sai. Porque a diferença hoje [para instaurar a CPI da Semcom] é basicamente um líder [de partido]. Então, provavelmente seja essa questão do Republicanos. Se mudar a liderança do Republicanos porque o líder do Republicanos [Roberto Sabino] vota por quatro, provavelmente, as duas CPIs já saem, inclusive, amanhã [quarta-feira, dia 18/09]”, explicou William Alemão.
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Autor junto com os vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas) e Capitão Carpê Andrade (PL) da CPI da Semcom, Alemão espera desde abril que o mecanismo de investigação fosse aberto na CMM após parecer favorável da Procuradoria da Casa Legislativa. E apesar do período de campanha às eleições municipais de 2024, o parlamentar do Cidadania garante que a CPI não tem fins eleitoreiros, como apontado pela base aliada.
“Isso não tem absolutamente nada a ver com eleição. A gente tem tentado colocar a CPI [da Semcom] desde 2021, 2022 e 2023. O fato aconteceu este ano [da denúncia de propina] e a gente está tentando abrir a CPI para investigar. Se tivesse acontecido ano passado, [seria] igual. Se acontecer após eleição, é mais uma CPI. A gente precisa averiguar”, afirmou.