A discussão entre a vereadora Jacqueline (União) e Raulzinho (PSDB) continua a ecoar na Câmara Municipal de Manaus (CMM), com vereadores da base rebatendo acusações de violência política de gênero.
Na sessão plenária de segunda-feira (28/2), a vereadora Jacqueline fez denúncias sobre a substituição indiscriminada de diversos gestores de escolas na zona norte de Manaus, sugerindo motivação eleitoreira para essas mudanças, denuncia essa que causou acusações e tumulto durante a sessão.
Nesta quarta-feira (29/2), vereadores da base do prefeito subiram à tribuna para esclarecer e explicar o embate acalorado ocorrido recentemente.
O líder do prefeito, Eduardo Alfaia (PMN), argumentou que a discussão de ontem (28/2) é natural no parlamento e que o local é propício para o debate de ideias, reconhecendo que, devido à polarização, pode haver elevação no tom e na voz. No entanto, ele ressaltou a importância de manter sempre a urbanidade, o respeito e o tratamento adequado.
“O que aconteceu no plenário da casa é natural do parlamento: o embate, a discussão, a polarização, até mesmo o debate de ideias, às vezes a elevação do tom e da voz.
Sempre é necessário manter a urbanidade, o respeito, a ética, o tratamento educado. Agora, não é normal no parlamento se contestar. É normal em um parlamento divergir, até porque se o parlamento não puder mais ter essa postura, é melhor fechar”, diz Alfaia.
O principal envolvido na discussão, o vereador Raulzinho, em discurso ameno, afirmou que buscou manter a cordialidade com a vereadora e que a discussão era apenas de ideias. Ele ressaltou que esse tipo de debate faz parte de qualquer parlamento.
“Em todo o momento do meu posicionamento, sempre busquei ser cordial com a vereadora Jacqueline, que estava nesta tribuna. Apenas debate de ideias, que faz parte de qualquer parlamento, aqui em Manaus e em qualquer Câmara Municipal de qualquer país, de qualquer cidade. E assim vou me colocar. Sou filho de uma mulher, tenho uma bandeira pelas crianças e se trabalho com crianças, senhoras e senhores vereadores, eu respeito a mãe dessas crianças”, disse Raulzinho.
Outros dos vereadores envolvidos na discussão Professor Fransuá (PV) rechaça as acusações de agressão por parte da imprensa e da população. O vereador afirma que Raulzinho apenas fez um contraponto as graves acusações feitas pela parlamentar.
“Tem que falar, mas também tem que ouvir. Tem que ter o contraponto, né? Porque fez acusação (Denúncia). Eu não vi, sinceramente, vereador Raulzinho, na sua fala, nenhuma palavra é que tenha sido desrespeitosa”, declara Fransuá.
Já o presidente da Casa, vereador Caio André (Podemos), argumenta que houve excessos no debate e que os vereadores não podem considerar “normal ou comum que aconteceu no dia de ontem”
“Nós não podemos achar normal ou comum o que aconteceu no dia de ontem (28/2). É fato, é verdade e é notório, e é salutar que dentro do parlamento haja divergências de ideias, divergências políticas, haja o embate de ideias. Mas o que aconteceu no dia de ontem não é e não pode ser considerado normal. E eu digo isso daqui da tribuna, como vereador, não dali da mesa diretora com o cargo no qual estou momentaneamente neste período, ocupando”, disse o presidente Caio André.
Repercussão na Aleam
As deputadas Alessandra Campêlo (Podemos), Debora Menezes e Dra. Mayara Pinheiro além do presidente da casa Roberto Cidade se pronunciaram atráves das suas redes sociais sobre o episódio, oferecendo apoio a vereadora.