O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, é esperado para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira (25/02). A oitiva faz parte do inquérito que investiga denúncias de assédio sexual contra ele.
O depoimento ocorrerá na Superintendência da PF em São Paulo, por meio de videoconferência. A delegada responsável pela coleta das informações está baseada em Brasília. Esta será a primeira vez que Almeida será ouvido pelos investigadores no âmbito desse caso, sendo considerado um passo essencial para a conclusão da apuração.
A investigação já ouviu algumas das denunciantes, mas a PF não revela o número exato de depoimentos colhidos, visando preservar a privacidade das vítimas. Entre as testemunhas ouvidas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que detalhou sua denúncia contra o ex-ministro.
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Duas semanas atrás, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, prorrogou por mais 60 dias o prazo para a conclusão do inquérito. No entanto, segundo a CNN Brasil, a PF pretende enviar o relatório final antes do novo prazo estabelecido.
O caso tramita no STF devido ao foro privilegiado, uma vez que os supostos atos ilícitos teriam ocorrido enquanto Almeida ainda ocupava cargo no primeiro escalão do governo. A prerrogativa de foro mantém a investigação sob a alçada da Suprema Corte.
Saiba mais:
- Anielle Franco depõe à PF e confirma importunação sexual de Silvio Almeida
- Anielle Franco é empossada como ministra da Igualdade Racial
Entenda as acusações contra Silvio Almeida
As primeiras denúncias contra Silvio Almeida surgiram em setembro de 2024, intermediadas pela ONG Me Too Brasil. Anielle Franco está entre as denunciantes e relatou que os episódios ocorreram desde a transição do governo até os meses seguintes, quando ambos ocupavam cargos ministeriais.
“Foram atitudes desrespeitosas. Não posso entrar em detalhes por conta do depoimento à Polícia Federal, mas aconteceram diversas falas e atitudes que repudio”, disse Anielle em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo ela, levou tempo para processar o ocorrido e tomar a decisão de denunciá-lo.
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Após as denúncias, Silvio Almeida foi exonerado do Ministério dos Direitos Humanos, que passou a ser comandado pela deputada estadual Macaé Evaristo. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso, e na semana passada o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, prorrogou as investigações por mais 60 dias.