O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, negou que seja o “padrinho” de Wellington Cesar Lima, secretário especial de Assuntos Jurídicos da Presidência, cotado para assumir o ministério da Justiça. A declaração foi dada em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18/12), em Brasília.
“Quanto mais torcida organizada, menos chance. É um eleitor só. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] não vai nomear alguém por pressão. Quem acredita nisso está fazendo a escolha errada”, disse Wagner.
A ida de Dino para o STF abriu uma disputa no governo pela sucessão no ministério, que poderia até ser desmembrado, com o estabelecimento de uma pasta da Justiça e outra da Segurança Pública.
Wellington é ex-procurador da Bahia, tem apoio de aliados do governo e carrega no currículo uma passagem pelo comando do Ministério da Justiça, em março de 2016, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele ficou 11 dias no cargo, mas deixou o posto depois de o STF decidir que, para seguir no cargo, deveria renunciar à carreira no Ministério Público.
Leia mais:
Congresso aprova texto-base da LDO de 2024 com meta de déficit zero
Após invasão hacker em seu perfil, Janja diz que vai processar plataformas
O PSB, partido de Dino, deseja manter o controle da Justiça e apoia o nome do secretário executivo da pasta, Ricardo Cappelli, para o cargo. Entretanto, Lula indicou para lideranças da legenda que não enxerga entre os quadros da sigla um nome à altura do posto.
O comando do Ministério da Justiça ficará vago em breve, já que o atual chefe da pasta, Flávio Dino, se tornará ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Sua posse deve ocorrer em 22 de fevereiro de 2024.
“Eu continuo no Ministério da Justiça até o presidente indicar um novo ministro, ou ministra. Estou disposto a ficar para fazer a transição, à medida em que ele escolher o ministro”, disse Dino na semana passada, após se encontrar com futuros colegas de STF.
Aliados do presidente Lula também sinalizam o favoritismo do mandatário à indicação de uma mulher para o cargo, mas esse não será o único fator analisado pelo petista. Eis outros nomes cotados pelo governo:
- Simone Tebet (MDB) – ministra do Planejamento e Orçamento;
- Gleisi Hoffmann (PT) – presidente nacional do PT;
- Jorge Messias – Advogado-geral da União;
- Ricardo Lewandowski – ministro aposentado do STF indicado por Lula;
- Wadih Damous (PT) – ex-deputado e Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça