A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não conseguiu intimar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está nos Estados Unidos, para prestar depoimento no inquérito que apura sua suposta atuação em lobby internacional contra autoridades brasileiras.
O documento foi anexado ao processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. Segundo a PF, as primeiras tentativas de contato ocorreram nos dias 28 e 30 de maio, por meio dos e-mails institucionais e pessoais atribuídos a Eduardo Bolsonaro. Embora os envios tenham sido confirmados pelo sistema, nenhuma resposta foi recebida até o dia 2 de junho, data do relatório policial.
Além das mensagens eletrônicas, a corporação também tentou contato por telefone, utilizando os números disponíveis na página da Câmara dos Deputados, mas sem sucesso. O telefone fixo estava indisponível e a mensagem enviada por aplicativo não teve confirmação de recebimento.
Articulação de Eduardo Bolsonaro
O inquérito foi instaurado por Moraes para investigar eventual articulação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo de Donald Trump para influenciar sanções contra autoridades brasileiras. A investigação também envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de financiar a estadia do filho nos EUA.
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Na última quinta-feira (5/6), Jair Bolsonaro prestou depoimento à PF e afirmou ter enviado cerca de R$ 2 milhões ao filho, valor que, segundo ele, é parte dos R$ 17 milhões arrecadados em 2023 por meio de uma campanha de doações criada para pagar multas judiciais relacionadas à pandemia.
O ex-presidente negou que o filho estivesse atuando para pressionar o governo norte-americano. Segundo ele, “os Estados Unidos não aplicariam sanções por lobby de terceiros”.
Como Eduardo Bolsonaro está fora do país, Moraes autorizou que seu depoimento seja realizado por escrito ou virtualmente, mas até agora, ele não respondeu às tentativas de contato da PF.