O grupo que elegeu o vereador Caio Andre (PSC) presidente da Câmara Municipal de Manaus está dividido entre fazer uma oposição crítica ao prefeito David Almeida (Avante) ou voltar ao colo governista já no início dos trabalhos do Legislativo municipal no próximo dia primeiro de fevereiro.
Eleito com 22 votos – contra 19 dados ao vereador Elan Alencar (Pros) – Caio André tem sido o fiel da balança entre os integrantes do grupo, que perderá um integrante assim que os trabalhos começarem uma vez que o vereador Amon Mandel (Cidadania) renunciará para assumir uma vaga de deputado federal em Brasília. O suplente é Roberto Sabino (Podemos), que irá para o grupo de apoio a David Almeida, reduzindo placar para 21 a 20.
O grupo da “oposição crítica” tem entre seus integrantes vereadores que estiveram na linha de frente da gestão de David Almeida no primeiro biênio da gestão: Lissandro Breval (Avante) era líder do partido do prefeito, o Avante, e aliado de primeira hora do prefeito; Marcelo Serafim (PSB) foi líder do prefeito na Casa, e o vereador Capitão Carpê (Republicanos), também um governista nos dois primeiros anos.
Já os que desejam deixar para lá as desavenças registradas no período eleitoral e voltar as boas com David Almeida não se revelam em público, mas em “off” explicam que o “oposicionismo” era fruto da aliança inquebrável do prefeito com o ex-presidente da Casa, vereador David Reis (Avante) e uma vez superada a saída deste, tudo pode voltar as boas como aconteceu no primeiro biênio da gestão.
“Nosso problema era com um David específico, não com o prefeito David”, brinca um vereador do grupo.
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Para o analista político Moacir Santos, apesar da crise na eleição para a presidência da Casa, dificilmente David Almeida terá problemas para aprovar suas matérias de interesse porque entre os 22 que votaram em Caio André, somente dois – Amon e Rodrigo Guedes (Republicanos) – eram verdadeiramente de oposição.
“Tem gente que fala até que este grupo pode ameaçar o prefeito com um processo de impeachment, mas isso é praticamente impossível porque o quórum para uma cassação de mandato exige dois terços da casa, número que eles estão bem longe”, analisou.