O ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Alexandre de Moraes encaminhou hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi motivado por ação protocolada por advogada de Santa Catarina, e nela consta notícia-crime de desobediência por parte do presidente por não ter comparecido ao depoimento na Polícia Federal marcado para a última sexta, dia 28.
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Bolsonaro prestaria depoimento sobre o vazamento do inquérito sigiloso sobre ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral que tramitava desde 2018. Ano passado, o presidente apresentou o documento em entrevista concedida à rádio Jovem Pan numa tentativa de desacreditar a segurança das urnas eletrônicas, e depois o divulgou na íntegra nas suas redes sociais.
Agora, a PGR vai analisar o pedido e decidir se vai ou não abrir inquérito contra o presidente por desobediência. Ainda sobre o caso, foi divulgado hoje que a delegada da PF Denisse Dias Ribeiro concluiu o inquérito sobre esse vazamento. Em seu relatório, ela afirma que Bolsonaro cometeu crime, junto com o deputado Filipe Barros (PSL-PR) e o ajudante de ordens presidenciais Mauro Cid. Segundo ela, a divulgação do inquérito sigiloso se deu com “nítido desvio de finalidade e com o propósito de utilizá-lo como lastro para difusão de informações sabidamente falsas, com repercussões danosas para a administração pública”.
O relatório, no entanto, não pede indiciamento formal do presidente. A delegada também afirmou que a ausência do presidente no depoimento da última sexta não trouxe prejuízo ao esclarecimento dos fatos.
Via Folha de S. Paulo.
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