Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou detalhes peculiares sobre os bastidores do poder. Segundo o depoimento, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro “quase pirou” e “entrou em pânico” ao presenciar a mudança de sua família sendo retirada do Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022.
As declarações foram capturadas em um dos vídeos de depoimentos do ex-ajudante de ordens, parte crucial do acordo de delação que vem repercutindo fortemente no cenário político nacional.
“E a própria primeira-dama, desespero de mulher, que quando ela viu a mudança dela saindo, ela quase que pirou, né? Entrou em pânico. Ela falava para a gente fazer alguma, que tinha que fazer alguma coisa”, contou Mauro Cid.
Veja o video:
📌Cid conta que Michelle Bolsonaro “quase pirou” ao ver mudança saindo do Palácio pic.twitter.com/4FNbNql8kQ
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) February 21, 2025
De acordo com o militar, a ex-primeira-dama e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) integraram uma ala mais radical no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa ala, segundo as revelações, instigaria o líder político a adotar medidas extremas, chegando a sugerir um golpe de Estado.
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Michelle Bolsonaro não foi indiciada por falta de provas
Mesmo diante de tais graves acusações, Michelle Bolsonaro não foi indiciada no inquérito que investigou a tentativa de golpe após a eleição presidencial de 2022. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que não foram encontrados elementos suficientes para indiciar Eduardo Bolsonaro e Michelle no inquérito de golpe.
A declaração foi dada durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em janeiro.
“Ele [Mauro Cid], ao colaborar e citar algumas pessoas, aponta alguns elementos que podem nos levar a coletar provas para responsabilzar ou não essas pessoas. No caso concreto, está lá no relatório do inquérito policial, não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar que essas pessoas tenham participado [da tentativa de golpe]”, afirmou Rodrigues.
Resultados da investigação da PF
Entre novembro e dezembro de 2022, a PF indiciou as pessoas no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe. Entre os indiciados estão figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).
“Investigamos, apuramos, não encontramos elementos suficientes para várias pessoas, não só essas duas [Eduardo e Michelle]. E, portanto, fizemos a conclusão que tinha que ser feita”, concluiu Andrei Rodrigues.
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