A professora, ativista e Mestra em Sociologia Marklize Siqueira esteve hoje no programa “A Tarde na Onda” da rádio Onda Digital e falou um pouco sobre sua candidatura como vice na chapa do deputado federal José Ricardo (PT) à Prefeitura de Manaus na eleição de 2020. Falou também sobre seu desligamento do PSOL, onde sofreu violência de gênero e devido a isso, deixou a legenda.
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“Mulheres na política, é um desafio que vem de longa data”, disse Marklize. ” Entrei no PSOL há sete anos para experimentar o que é isso. Sou de periferia, indígena e sempre participei de movimento social. Então, dialogando com uns amigos, decidimos ir pra luta partidária. Em 2020 tive a oportunidade de ser candidata a vice-prefeita na chapa com José Ricardo. Na verdade, ia disputar a Câmara de Manaus pela Bancada Coletiva. Resisti muito, quem me acompanhou sabe, eu não queria ir pro Executivo, mas ser vereadora de nossa cidade. A Bancada Coletiva teve muito sucesso nas urnas. Sou do movimento de mulheres faz muito tempo, debato sobre feminismo e organizo atos de rua. Então resisti, mas compreendendo a necessidade de uma candidatura de mulher forte de esquerda pro Executivo de Manaus, fui disputar. Tivemos 11 candidaturas à Prefeitura, a nossa foi a terceira mais votada”.
Sobre a desfiliação do PSOL, por onde saiu candidata, Marklize afirmou: “O mundo dos partidos não é fácil para nós, mulheres. Há muitas barreiras. Sempre fui muito combativa e não tolero candidatura de mulheres laranjas. Isso infelizmente tem incomodado muita gente, estruturas que nunca deram a devida importância para a luta das mulheres e da população LGBT nos partidos. Foi a nossa primeira divergência. Tentamos, fizemos a Bancada das Manas, mas não tivemos apoio interno em vários sentidos, financeiro, político… E esse cenário só ficou cada vez mais complicado. Então tentamos outra estratégia, iniciando diálogos com outros partidos, o que é legítimo. E o que abraçou nossa candidatura mista foi o PC do B. Localmente, o PSOL não tá preparado pra esse tipo de candidatura, não tem maturidade política suficiente pra entender esse processo. E as divergências acabaram tomando maiores proporções. Quando um dirigente do seu partido vai às redes sociais e faz insinuações de que eu recebo recurso para estar dentro do PSOL, diz que vai fazer uma live pra derrubar minha máscara, então acreditamos que a divergência vai pra outro nível. E não admito”.
A desfiliação dela fez com que cerca de 300 pessoas deixassem a legenda depois. Sobre isso, Marklize se mostra tranquila: “Me surpreendi e continuo me surpreendendo com esse apoio. As pessoas conhecem minha trajetória, sabem quem eu sou. Essas pessoas são de comunidade e que vão estar do lado da nossa candidatura de mulheres, para ajudar a fazer com que mulheres ocupem cargos de poder. Isso me deixa muito tranquila e feliz, porque estamos fazendo a política correta”. E quanto ao futuro na política, ela pretende abrir o diálogo com todos os partidos de esquerda para definir seu futuro.
Marklize ainda convidou as mulheres ao ato do 8 de março, na Praça do Relógio.
Da Redação.