A Havan começou, em abril, a pagar indenizações a cerca de 15 mil funcionários que foram vítimas de assédio eleitoral nas eleições presidenciais de 2018. A decisão ocorre após a Justiça do Trabalho de Santa Catarina condenar a empresa e o empresário Luciano Hang, fundador e dono da rede, ao pagamento de R$ 85 milhões por prática considerada como abuso de poder econômico e assédio eleitoral.
Segundo informações divulgadas pelo portal NSC Total, o caso foi encerrado em fevereiro de 2025 após um acordo judicial firmado entre a Havan e o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC). A sentença inicial havia sido proferida em janeiro do mesmo ano, ainda com possibilidade de recurso. Com o acordo, a empresa aceitou a condenação e passou a executar os pagamentos conforme os termos definidos.
A indenização aos trabalhadores está sendo realizada em duas modalidades: parte em dinheiro e parte em vale-compras. Cada colaborador contemplado receberá um valor fixado em R$ 1 mil. O benefício será destinado a todos os funcionários que faziam parte do quadro da Havan até 1º de outubro de 2018, incluindo os que já não trabalham mais na empresa.

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Havan pressionou funcionários
A condenação tem como base denúncias de que Luciano Hang, figura pública conhecida por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, teria pressionado funcionários a votar em Bolsonaro nas eleições de 2018. O caso ganhou repercussão nacional à época, após vídeos e relatos de colaboradores virem à tona apontando que havia um clima de coação e direcionamento político nas lojas da rede.

Em um dos pontos do acordo homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT-SC), a Havan se comprometeu formalmente a não realizar mais manifestações eleitorais dentro de suas unidades comerciais. Isso inclui a proibição de enquetes, pesquisas eleitorais, eventos e quaisquer atos cívicos com conotação político-partidária.
A decisão judicial estabelece que a restrição se aplica não apenas a Luciano Hang, mas também a todos os diretores, representantes legais e prepostos da empresa. Em outras palavras, qualquer tentativa de utilizar a estrutura da Havan para promover candidatos ou partidos políticos está agora vetada judicialmente.
