Os últimos 50 anos da política amazonense foram marcados pela presença dos irmãos Átila e Belarmino Lins, políticos que cultivam uma base eleitoral poderosa e fiel no interior do Estado, sobretudo na região do Médio e Alto Solimões, onde está localizada a cidade natal da família Albuquerque Lins, o município de Fonte Boa.
Em que pese a presença dos irmãos er constante, os Lins e Albuquerque estão na política desde o século XIX, tanto em cargos no Executivo, Legislativo ou no Judiciário, exercendo o poder com mão de ferro e assim seguir firme mantendo o eleitorado fiel, tanto que em todo este tempo de politica nenhum Lins foi oposição.
A força da família também está no mundo empresarial, onde o comando é do empresário Wellington Lins, dono de faculdades e empresas de engenharia. Nos primórdios também era forte o poder da família no extinto Tribunal de Contas do Município de Manaus, onde estavam abrigados vários integrantes com sobrenome Lina. O anedotário político ao ver tantos Lins na corte de contas acabou por apelida-la de “Tribulins”.
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Sempre governista, Átila foi eleito deputado estadual pelo partido da ditadura militar, a Arena, em 1978, e desde lá foram três mandatos na Assembleia Legislativa do Estado, tendo sido inclusive presidente da Casa. Nas eleições de 1990 concorreu e ganhou uma vaga de deputado federal e deste então, com a eleição deste ano, são nove os mandatos conquistados nas urnas.
Com Átila em Brasília, abriu-se na ALEAM em 1990 uma vaga para ser conquistada por Belarmino, o Belão, que neste ano desistiu de tentar o nono mandato consecutivo na Casa, que foi presidida por ele em três oportunidades. Belão marcou os mandatos dele por ações assistenciais e o trato irônico e mordaz dos adversários. Sempre governista e “familista”, ele conseguiu no governo Braga recursos para construir o novo prédio da ALEAM, na avenida Mario Ipiranga. Com a obra pronta, batizou o prédio com o nome de José Belarmino Lins de Albuquerque, o que causou indignação na sociedade civil por ser um caso clássico de autopromoção. No entanto o nome escolhido trazia uma pegadinha, pois um tio dele, de mesmo nome, foi deputado na ALEAM no século XIX, o que lhe livrou de um processo.
Os irmão tentaram ao longo deste período estender o poder da família para a Câmara Municipal de Manaus, mas só conseguiram êxito em duas oportunidades com a irmã, Graça, que posteriormente se desentendeu com ambos.
Mas como para os Lins não há espaço político vázio, na eleição deste anos entrou em cena o médico George Lins, filho de Belão e agora o substituto dele na Assembleia Legislativa. Quanto ao ainda deputado, a especulação é de que prepara uma candidatura a prefeito de Fonte Boa em 2024 e assim fechar sua carreira onde começou o poder da família.