O pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) chegou oficialmente à embaixada do Brasil em Roma, na Itália, na madrugada desta quinta-feira (12/6). A representação diplomática brasileira é agora responsável por entregar formalmente o documento ao governo italiano, que analisará o caso.
O processo de envio foi célere. Conforme apuração da CNN Brasil, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) atuou com agilidade para tramitar o documento. A solicitação de extradição foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e enviada ao Ministério da Justiça na quarta-feira (11/06).
No mesmo dia, o pedido foi encaminhado ao Itamaraty, que tem como atribuição protocolar o envio de comunicações oficiais entre o governo brasileiro e governos estrangeiros.
Poucas horas após a emissão, o pedido de extradição de Zambelli já estava na sede diplomática em Roma, evidenciando a rapidez do trâmite.
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Carla Zambelli na lista da Interpol
A deputada, que possui nacionalidade italiana além da brasileira, foi declarada foragida na semana passada. Ela deixou o país após ser condenada a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio de um hacker.
O caso de Zambelli ganhou contornos internacionais devido à sua dupla nacionalidade. Embora Brasil e Itália tenham acordo bilateral de extradição, a decisão não é automática. O governo italiano precisa analisar individualmente o processo, considerando tanto os termos do tratado como a legislação local. A possibilidade de recusa existe, especialmente em casos que envolvem cidadãos italianos.
Além disso, Carla Zambelli teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permite que ela seja detida mesmo fora do Brasil, inclusive em território italiano. Apesar disso, a parlamentar licenciada afirmou publicamente que pretende se entregar às autoridades.