Dando início a corrida à Prefeitura de Manaus, nesta sexta-feira (12/04), os pré-candidatos, Capitão Alberto Neto (PL), Marcelo Amil (Psol), Maria do Carmo Seffair (Novo) e Wilker Barreto (Mobiliza) participaram do primeiro debate eleitoral 2024. O evento ocorreu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) e foi promovido pela jornalista Cynthia Blink.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) não responderam o convite para participar do debate.
O deputado federal Amom Mandel (CDD/PSDB) confirmou presença, mas na tarde de hoje cancelou sua participação. De acordo com a jornalista Cynthia Blink, a equipe do debate ficou sabendo que tinha ele tinha cancelado sua participação ao ver uma publicação nas redes sociais.
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Os pré-candidatos se enfrentaram em um debate com questionamentos formulados por advogados, jornalistas e universitários. No primeiro bloco, os candidatos responderam as perguntas dos profissionais de imprensa. No segundo foi a vez da audiência questionar os políticos e finalizando a dinâmica do debate, os candidatos puderam fazer perguntas de tema livre.
Ao ser questionado sobre projetos para ensino infantil, Capitão Alberto Neto cita que não houve avanço e que Manaus caiu em resultados do INEP.
“Infelizmente, pouco nós conseguimos avançar. Na verdade, nós pioramos em índice educacional. Vai sair daqui há pouco o próximo resultado do INEP. O último, Manaus não atingiu a meta. Nós caímos em relação ao resultado anterior”, afirma o pré-candidato pelo PL.
Respondendo sobre a mesma temática, a candidata do partido Novo, Maria do Carmo Seffair é suscinta ao comentar:
“Há 20 anos não se governa pensando em uma coisa básica e indispensável: pessoas. Não existe educação sem professores. Não existe investimento em creches porque o dinheiro do governo federal há, e foi devolvido”. Seffair conclui seu comentário afirmando que “o dinheiro não vai para onde deve [ir]”.
Ao serem questionados sobre as obras do novo PAC, revitalização dos portos Manaus Moderna e São Raimundo os pré-candidatos pontuaram:
“Manaus está precisando dessas obras, mas não está precisando só disso. Manaus precisa de um sistema de gestão integrado para tudo, para todas as áreas. Nós temos deficiências terríveis e ostenta os piores índices das capitais brasileiras: sistema de transporte não temos. Fazer esse tipo de obra é importante primeiro para o turismo”, afirma Maria do Carmo.
Já Marcelo Amil cita que a orla de Manaus é um ativo gigantesco que foi mal aproveitado
“A orla de Manaus é um ativo gigantesco que, historicamente, foi mal aproveitado. Manaus cresceu de costas para o rio. A construção do Mirante [Lúcia Almeida] é um aparelho que valoriza o aspecto cultural da cidade, mas está impedindo que manauaras utilizem. Um lugar onde um pão com ovo custa R$13 é para turista, não é para manauara. Esse ativo não pode ser usado simplesmente para fazer uma foto bonita, pintar de azul e amarelo e dizer: “Estou fazendo algo”, esse ativo tem que ser usado para trazer recursos para a cidade, mas também para promover qualidade de vida”, diz.
Maria do Carmo Seffair também opina.
“Manaus é uma casa cheia de goteiras, precisa consertar o telhado, porque a gente só fica tapando as goteiras. Tudo é prioridade. O que devemos fazer é definir as metas de curto, médio e longo prazo. Nós temos um projeto para valorização da nossa orla, que está incluído no nosso sistema hidroviário em vários pontos de integração com potencial turístico.
Em outra rodada de perguntas, os candidatos responderam sobre a situação dos aterros sanitários e flutuantes da orla do Tarumã. Marcelo Amil afirma:
“A solução para o aterro sanitário – a lei tem prazo para exigir respostas disso – ela vem dos nossos educadores. Manaus precisa urgentemente de um conselho de notáveis. Nós temos professores doutores na UFAM, na UEA, nas universidades privadas que tem trabalhos lindos, viáveis, exequíveis e que interessam ao mundo sobre o reaproveitamento dos resíduos. Sobre o tratamento de produtos recicláveis. Processos de pirólise que poderiam, inclusive, fornecer gás de cozinha para famílias que estão inscritas no CADÚnico”
Wilker Barreto também opina.
“No nosso governo, aquela estação da marquise não funcionará. Se aquele aterro funcionar, não teremos flutuante, nem Marina e não teremos nem Ponta Negra, porque aquilo ali é uma bomba-relógio. Nós vamos, em quatro anos, que é o tempo que é preciso para legalizar um aterro 20km da cabeceira do aeroporto. Aquele licenciamento é criminoso. Fukushima era legalizada, Brumadinho era legalizado, e uma hora se aquela estrutura funcionar, nós vamos perder a Bacia do Tarumã”.
Durante o debate, os candidatos puderam opinar, também, sobre planos da segurança para a cidade de Manaus, mobilidade urbana, transporte público e educação inclusiva, orçamento municipal e atenção primária à saúde.
“A guarda municipal precisa de uma reestruturação de cargos e salários e pretende, assim que aprovado pelo Congresso, reestruturar a guarda municipal em polícia municipal.”, comenta Alberto Neto sobre segurança.
“O caminho para mobilidade urbana, para uma cidade como Manaus, é melhorar o transporte coletivo. Nós temos um problema, o nosso plano de mobilidade está com dez anos de defasagem”, opina o deputado estadual Wilker Barreto sobre mobilidade urbana.
“O gerenciamento do sistema tem que sair das mãos do empresariado. Mudança de mentalidade. Defende VLT (metrô de superfície) alternativa moderna, limpa e que iria trazer Manaus para a modernidade”, diz Amil sobre transportes públicos.
“Para educação, em primeiro lugar, não dá para inventar a roda. Simplesmente, devemos preparar mediadores dentro da própria rede. Investir nas pessoas. Aqui falamos de muitas situações absurdamente inviáveis e deixa de fazer aquilo que tem que ser feito. Precisamos mudar o índice de 40% dos alunos que não completam o ensino fundamental. Em 20 anos não se tem feito nada para mudar esse cenário”, afirma Seffair sobre educação inclusiva.
Questionado sobre os problemas de gestão na saúde básica, Wilker Barreto destaca que Manaus precisa valorizar o servidor, mas antes precisa ampliar o orçamento.
“Não iremos inventar a roda, nós faremos o que está fazendo Tarcísio em São Paulo, o que está fazendo Milei na Argentina. Eles estão enxugando a máquina, diminuindo o custeio, atacando o desperdício para aumentar a capacidade de investimentos”.
*Colaborou o repórter Kell Vasques