A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) denunciou nessa quarta-feira (16/04) que o visto concedido pelo governo dos Estados Unidos foi emitido com a marcação de gênero masculino, desconsiderando sua identidade de mulher trans, legalmente reconhecida pelo Estado brasileiro. A situação ocorreu durante a tentativa de renovação de seu visto anterior, que estava vencido.
Segundo a parlamentar, o episódio aconteceu após ela ter sido convidada para participar de um curso sobre desenvolvimento na primeira infância, promovido em parceria com a Universidade Harvard, uma das instituições de ensino mais renomadas do mundo. Ao procurar o consulado norte-americano para renovar a documentação, Salabert afirma ter sido surpreendida com a imposição do gênero masculino no novo documento.
“Para minha surpresa — e revolta —, fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como masculino, com a ‘justificativa’ de que é de conhecimento público no Brasil que sou uma pessoa trans. Ou seja, minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada”, escreveu a deputada em publicação feita na rede social X (antigo Twitter).
“É uma afronta a todos os brasileiros e brasileiras que acreditam na dignidade, no reconhecimento e no direito de existir plenamente”, completou a deputada.
Veja a publicação de Duda Salabert na íntegra:

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Duda Salabert ainda relatou que está buscando solucionar o impasse por meio de vias diplomáticas, em articulação com autoridades brasileiras e organismos internacionais, com o objetivo de garantir o respeito à sua identidade de gênero e à legislação vigente no Brasil.
Um caso semelhante já havia sido denunciado pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), também mulher trans. Ambas fazem parte de um restrito grupo de parlamentares LGBTQIA+ no Congresso Nacional, que vêm atuando em defesa dos direitos civis, da diversidade e da representatividade na política.

O episódio ocorre diante da atual gestão do presidente Donald Trump (Partido Republicano), conhecida por políticas mais conservadoras e pelo histórico de retrocessos em pautas voltadas à comunidade LGBTQIA+ durante seu primeiro mandato.
*Com informações de Poder360