O Plenário do Senado Federal se prepara para uma intensa discussão sobre a PEC das Drogas, agendada para terça-feira (19/03), após uma aprovação abrangente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O tema é polarizante: a proposta incorpora à Constituição Federal a criminalização da posse ou porte de entorpecentes e drogas ilícitas, independentemente da quantidade.
A PEC 45/2023, apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente atual do Senado e do Congresso, recebeu um adendo significativo durante sua análise na CCJ, garantindo a distinção entre usuário e traficante, com a aplicação de penas alternativas à prisão e acesso a tratamento para dependentes químicos.
Leia mais
PEC das drogas começa a ser discutida no Senado na próxima terça (19/03)
Após adiamento no STF, Senado deve votar PEC sobre drogas na próxima semana
A discussão na CCJ foi fundamentada na percepção de que a maioria da população é a favor da criminalização das drogas ilícitas. Espera-se que a PEC passe por cinco sessões de debate no Plenário do Senado antes da votação em primeiro turno, seguida por mais três sessões antes da votação em segundo turno. Se aprovada, seguirá para análise na Câmara dos Deputados.
Enquanto alguns senadores celebram a iniciativa, destacando o apoio popular e a importância da medida para a segurança pública e a saúde, outros expressam preocupação com a questão racial e a eficácia da criminalização. Críticos argumentam que a diferenciação entre usuário e traficante precisa ser baseada em critérios mais amplos do que apenas a quantidade de drogas, para evitar discriminação e abordagens desiguais da lei.
O debate sobre a PEC das Drogas reflete uma preocupação latente sobre o equilíbrio entre a criminalização e o tratamento de questões relacionadas ao consumo e tráfico de entorpecentes no país, em um contexto de um sistema legal ainda em busca de respostas eficazes e equitativas.
*Com informações da Agência Senado