Vereadores da Câmara Municipal de São Paulo decidiram, nesta terça-feira (06/02), adiar a decisão sobre instalar a Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) das ONGs para depois do Carnaval. A comissão tem o padre Júlio Lancellotti como um dos alvos.
A decisão sobre a abertura ou não da CPI ficou para o dia 20 de fevereiro, na próxima reunião do Colégio de Líderes, composta por blocos parlamentares da maioria e da minoria da Câmara. A Comissão precisa de 28 assinaturas para ser instaurada.
O pedido foi aberto pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) com a justificativa de investigar a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) que atuam no centro da cidade de São Paulo. O parlamentar disse que um dos principais investigados será o padre, que realiza um trabalho social na região.
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Membro do Colégio, o vereador Eliseu Gabriel (PSB) disse ser “contraproducente” para a Câmara Municipal de São Paulo discutir sobre o Padre Júlio Lancellotti. “Não somos Conselho Tutelar, não somos Ministério Público” disse.
“Acho que estamos entrando em um terreno movediço. A CPI é para tratar de ONG. Eu não sei por que estamos discutindo tanto essa questão do padre”, continuou Leite. “Isso é algo gravíssimo. A pessoa está sendo incriminada indiretamente”.
Durante a sessão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), colega de sigla de Rubinho, disse que preferia tratar do assunto de forma privada.
A Arquidiocese de São Paulo diz estar “perplexa” com a possibilidade de uma CPI para investigar Lancellotti. O padre diz que comissões de inquérito são legítimas, mas que não faz parte de ONGs.