“É preciso ter um posicionamento firme do governo federal porque não é uma obra (pavimentação da BR-319) simples. É uma obra que vai levar anos. Então se a gente não se adiantar, se a gente não cuidar com isso caboclo: ‘essa obra vai passar mais quantos anos sem sair do papel?’ É que a gente já ouve isso desde que eu me entendo por gente”, disse o deputado federal Fausto Jr (UB), sobre as tratativas que envolvem o asfaltamento da BR-319, parte da rodovia que liga Manaus a Porto Velho que fica entre os quilômetros 250 e 655, já assegurada pelo presidente da República Lula (PT) que as obras terão continuidade.
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A declaração aconteceu durante o Programa Lomittas Tá On, da Rede Onda Digital, desta terça-feira (21/1).
Trecho do Meio da BR-319
O governo federal incluiu entre os projetos estratégicos do Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA) para o período de 2024 a 2027 a recuperação e pavimentação do trecho do meio (km 177,8 a km 655,7) da BR-319, a parte mais crítica da rodovia.
Na área de infraestrutura, outra obra prioritária da BR-319 é a adequação do trecho rodoviário trevo do Roque, localizado no entroncamento com a BR-364, divisa do Amazonas com Rondônia.
“O presidente Lula já veio aqui na Suframa e já falou que vai sair. Então ele vai ser pego na palavra. Ele vai ter que cumprir com a palavra dele, com o Amazonas. Se não, na época da eleição… Vai ser cobrado. Ele vai ser cobrado por isso. Vai ser cobrado por isso. Não tem jeito”, pontuou.
Ainda de acordo com o deputado federal, a ação envolve a bancada amazonense, que constantemente é defendida e discutida para tornar realidade. “É a bancada, é o governador Wilson Lima, são os deputados estaduais que falam disso de forma constante na tribuna da Assembleia, os vereadores de Manaus, os deputados de outros estados. todo mundo é a favor. Todo mundo é a favor da quebra desse isolamento que o Estado do Amazonas e o Estado de Roraima tem para com o resto do Brasil”.
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Fausto Jr assegura que não houve falta de apoio político para a pavimentação da BR-319.
“Não é falta de apoio político. Nós vamos cobrar de forma muito firme e forte no decorrer desse ano. Não só a questão do começo das obras e do trecho do meio, mas todas as questões que estão envolvidas e relacionadas”, pontuou.
À ocasião, o deputado falou sobre a reconstrução das pontes, que caíram por falta de manutenção, citando um dos casos mais recentes e conhecidos, a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, na BR-226, ligando as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO).
“Na época, eu me lembro, eu estava na Assembleia Legislativa, nós convidamos, não convocamos, a época o presidente do Dnit, e ele nos confidenciou, nos revelou, o Dnit gastava com consultoria um valor superior ao contrato para manutenção. Então você percebe que tá tudo errado. E agora caiu mais uma ponte no Maranhão. Então você percebe que é uma falência, realmente, do ponto de vista de engenharia, do ponto de vista técnico, de manutenção, de monitoramento, inclusive para segurança. Eu te confesso, hoje, por uma obra do Dnit vendo essas pontes caindo, eu passo por uma ponte com medo”, assegurou.
Divergências
O senador Randolfe Rodrigues (AP) anunciou sua desfiliação da Rede Sustentabilidade, da qual era o único representante no Senado. A desfiliação ocorreu em um momento de embate entre Randolfe e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O senador tem manifestado, publicamente, divergências em relação a ações tomadas sob a alçada do ministério comandado por Marina. Randolfe filiou-se ao PT.
A carta de desfiliação do senador foi divulgada poucas horas depois de o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que é ligado ao ministério comandado por Marina Silva, negar licença para a Petrobras perfurar poço de petróleo no litoral do Amapá. A Petrobras aguardava apenas a autorização para iniciar perfuração de teste na bacia da Foz do Amazonas, a cerca de 175 quilômetros da costa amapaense. Randolfe criticou a negativa.
Segundo Fausto, vivenciar esse episódio é possível notar o desconforto que existe dentro do próprio governo federal em relação às posições da ministra Marina Silva.