O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) protocolou, na manhã desta segunda-feira (13), uma notícia-crime na Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar as visitas de Luciane Barbosa Farias, apontada por uma reportagem da Folha de São Paulo como “dama do tráfico amazonense”, ao Ministério da Justiça.
O pedido de investigação tem como base as denúncias divulgadas, nesta segunda-feira, pelo jornal O Estadão.
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“É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública”, declarou em um trecho do documento.
Amom Mandel acredita que as supostas relações suspeitas entre o Comando Vermelho e o Ministério da Justiça podem impactar na segurança pública do país e na credibilidade da pasta.
“A parte mais grave dessas revelações é que não temos como saber o que realmente foi conversado entre a líder do CV amazonense e as quatro autoridades com quem ela encontrou. Além disso, o MJ não tinha como identificar a quem estava permitindo o acesso? Isso é muito sério, porque começamos a desconfiar do trabalho de inteligência no país”, criticou o deputado.
Outros encontros
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), comparece, nesta terça-feira (28), à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados.
Convidado por deputados federais, Dino é acusado de ter se reunido com integrantes de uma facção criminosa no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Ele também esclarece acusações sobre ações do governo federal após os ataques do dia 8 de janeiro e as ações do ministério.
Dino acusou opositores de criminalizarem as comunidades mais pobres do país ao ser acusado de se reunir com integrantes do Comando Vermelho, como alguns parlamentares divulgaram logo após o encontro.
De acordo com o ministro, chefes da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, além da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram avisados da reunião “três ou quatro dias antes”. A reunião aconteceu no dia 13 de março.
“É esdrúxulo imaginar que fui me reunir com o Comando Vermelho e avisei à polícia”, disse aos parlamentares.
Repercussão
Políticos da oposição ao governo Lula usaram as redes sociais na manhã desta segunda-feira (13) para criticar o ministro da Justiça Flávio Dino(PSB). Uma outra reportagem, do jornal O Globo, mostrou que com a divulgação, o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” chegaram aos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), e recebeu o repúdio de nomes como o do ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Em postagem, o bolsonarista aproveitou para incluir o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), nesta história.
“Boulos, o candidato à Prefeito da maior cidade do país também esteve reunido com a suposta representante da facção criminosa do Comando Vermelho?
O que foi discutido neste encontro cabuloso?” https://t.co/Nr3gmUU1gw pic.twitter.com/an6XohLOo6— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) November 13, 2023
Parlamentares também se pronunciaram. Foi o caso do deputado estadual Gil Diniz e do deputado federal Nikolas Ferreria
"Ah, mas esposa do líder do Comando Vermelho, recebida no Ministério do Flávio Dino e pelo Boulos, não tem culpa se o marido é criminoso". É mesmo? A mulher "só" foi condenada a 10 anos por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Tentem emplacar… pic.twitter.com/36hJqJnG5r
— Gil Diniz (@carteiroreaca) November 13, 2023
Estou oficiando o Departamento de Polícia Legislativa da Câmara para nos fornecer as imagens que esclareça quais gabinetes a Dama do Tráfico “visitou”. Vamos cobrar do Governo e Deputados quais interesses foram tratados nessas reuniões.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) November 13, 2023
*Com informações da assessoria