Envolvido nas articulações para reconduzir um colega de legenda ao comando do PSDB, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) está decidido a não se apresentar como alternativa para presidir o partido.
Aécio e Eduardo Leite, atual presidente do partido, vêm negociando com outros caciques tucanos um nome alternativo para a vaga. A ideia é cravar um nome da sigla e preparar o terreno para as eleições de 2024.
“Tive um apelo forte de muitos colegas. Mas eu não tenho mais essa pretensão [de presidir o PSDB], porque sei da demanda que isso envolve, até porque estive por anos nessa posição. Mas eu quero participar, vou contribuir. Quero que o partido consiga voltar atrás no que aconteceu no ano passado. Temos que reverter esse estrago”, disse Aécio, em conversa com a CNN, nesta sexta-feira (27).
Em anúncio anterior, Eduardo Leite disse preferir se concentrar no governo gaúcho. Uma vez que Leite surge como principal alternativa do PSDB para disputar a presidência da República em 2026.
Nos últimos dias os Caciques tucanos de vários Estados enviaram diagnósticos da situação do partido em cada região a fim de afunilar a lista de cotados para presidir o PSDB. Os mais citados, foram José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE).
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O maior foco de atrito está no diretório tucano em São Paulo, onde um grupo que dava sustentação aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia bateu de frente com Eduardo Leite e seus aliados.
O embate acabou resultando na destituição da executiva paulista e no adiamento da convenção estadual para o ano que vem, por determinação do comando nacional do partido.
A convenção estadual estava agendada inicialmente para este domingo, dia 29. Ontem, líderes tucanos que divergem da direção nacional distribuíram por Whatsapp convocações para a convenção, mantendo a data deste domingo. A realização do evento contraria o estatuto do partido e, se confirmada, vai alimentar ainda mais a judicialização da disputa interna tucana.