Celso Vilardi, advogado que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, reafirmou que trabalhará para anular a delação do tenente-coronel Mauro Cid. Na tarde desta quinta-feira (20/02), a defesa de Bolsonaro pediu uma extensão do prazo de 83 dias para se manifestar sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou o pedido.
Em entrevista à CNN Brasil, Vilardi admitiu as dificuldades no caso de Bolsonaro, mas garantiu que ainda acredita que o STF realizará um julgamento técnico.
“Eu acredito que isso vai acontecer. Ontem, assisti ao Caio falar em ‘julgamento de cartas marcadas’. Eu não posso acreditar nisso, porque acredito na justiça do país e na justiça do Supremo”, declarou o advogado.
Leia mais
Alexandre de Moraes nega pedido de Bolsonaro para estender prazo de defesa
Entenda as diferenças do relatório da PF e a denúncia da PGR contra Bolsonaro
Sobre as dificuldades, Vilardi se referia ao pedido de extensão do prazo. Segundo a defesa, o processo é complexo, envolvendo depoimentos de delações premiadas e conteúdos extraídos de celulares apreendidos. Além do prazo maior, os advogados solicitaram acesso completo às provas utilizadas no caso.
No entanto, Moraes negou o pedido, afirmando que “não há amparo legal”. Assim, o prazo de 15 dias foi mantido para a apresentação da defesa.
“Eu espero que o Supremo faça um julgamento técnico, um julgamento justo, um julgamento que contemple o direito de defesa. Porque isso é necessário. Para virar a página, nós precisamos de um julgamento justo”, concluiu o advogado.
Trechos da delação de Mauro Cid foram divulgados por Alexandre de Moraes. A defesa de Bolsonaro criticou a condução do ministro, alegando que o tom intimidador adotado pode ter influenciado o interrogatório. Nas redes sociais, usuários chegaram a afirmar que Cid sofreu “tortura psicológica” por parte do magistrado.
A declaração de Vilardi surge dois dias após a PGR denunciar 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo suposto plano golpista e pela trama para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.