O pastor evangélico Joilson da Silva de Freitas Santos, 39, foi preso pela Polícia Civil de Guarulhos, na Grande São Paulo, sob suspeita de abusar sexualmente de crianças e adolescentes da Igreja Batista da Lagoinha. A detenção ocorreu na noite dessa quarta-feira (7).
De acordo com as investigações do 5º DP de Guarulhos, o pastor liderava uma célula de crianças e adolescentes há cerca de 12 anos. Ele se autointitulava “discípulo” e ministrava “lições” de costumes aos jovens do grupo, com orientações, por exemplo, sobre como evitar a promiscuidade.
Para isso, segundo o levantamento da Polícia Civil, o líder religioso forçava as vítimas a pesquisarem na internet vídeos e fotos de pornografia.
“Posteriormente chantageava-os para não divulgar tais pesquisas para os pais e respectivos fiéis da igreja, mantendo assim relações sexuais no interior de um escritório que mantinha em seu apartamento”, afirma trecho de relatório policial, assinado pelo delegado Fulvio Mecca, titular do 5º DP.
No último dia 1º, um jovem de 17 anos registrou um boletim de ocorrência de estupro contra o pastor evangélico. O adolescente afirmou ter sido abusado sexualmente por Joilson, no apartamento do pastor, no bairro Gopoúva. A partir dessa denúncia, equipes do 5º DP começaram uma investigação, que identificou outras duas vítimas do religioso, de 13 e 17 anos.
Ao todo, a delegacia da Grande São Paulo já esclareceu cinco estupros atribuídos ao pastor, praticados no período de dois meses.
“Entretanto, após formal depoimento da cônjuge do investigado, este número pode subir drasticamente, uma vez que o investigado vem praticando crimes de estupro, neste mesmo modus operandi [modo de ação], desde 2016 em outras unidades da supracitada igreja”, afirma outro trecho do relatório assinado pelo delegado titular.
O religioso foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária, expedido pela Justiça a pedido da polícia.
No apartamento de Joilson também foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Foram confiscados memórias de computador, celulares, um tablet, um notebook e até um colchão, onde os estupros seriam praticados.
O Metrópoles não encontrou nenhum advogado para comentar a prisão do pastor. Até a publicação desta reportagem, o celular do grupo liderado pelo pastor estava desligado. O espaço segue aberto para manifestações.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, 79% dos estupros registrados em Guarulhos, entre janeiro e abril deste ano, foram contra vulneráveis – vítimas abaixo dos 12 anos de idade, ou com alguma deficiência, física ou intelectual. Foram 77 casos, de um total de 97.
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